Donald Trump declarou esta segunda-feira que os Estados Unidos “não serão um campo de migrantes nem servirão de instalação para manter refugiados”. As declarações chegam após a recente polémica da separação de crianças dos seus familiares na fronteira dos Estados Unidos com o México, situação hoje defendida pela Administração Trump.
Children are being used by some of the worst criminals on earth as a means to enter our country. Has anyone been looking at the Crime taking place south of the border. It is historic, with some countries the most dangerous places in the world. Not going to happen in the U.S.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 18 de junho de 2018
Kirstjen Nielsen, secretária da Segurança Interna, afirmou hoje que a Administração “não irá pedir desculpa” por reforçar as políticas migratórias e que “as ações ilegais devem ter consequências”, pelo que “não deverá haver mais passes gratuitos de entrada” nos Estados Unidos.
São quase 2 mil as crianças que já foram separadas dos seus pais nas últimas seis semanas. Esta prática foi apelidada de “cruel e desumana” por defensores dos direitos humanos.
Guterres condena separação de famílias
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu esta segunda-feira à separação de famílias na fronteira dos Estados Unidos com o México. “As crianças não devem sofrer traumas ao serem separadas dos seus pais”, declarou, acrescentando que “a unidade familiar deve ser preservada”.
“O secretário-geral acredita que os refugiados e migrantes devem ser sempre tratados com respeito e dignidade, de acordo com as leis internacionais existentes”.
Enquanto Trump é pressionado para alterar as leis que permitem estas separações, o líder norte-americano defende que são os democratas quem o deve fazer, alegando que são eles os responsáveis pela política de tolerância zero na imigração.
O procurador-geral norte-americano, Jeff Sessions, culpou administrações passadas por fazerem exceções para famílias de migrantes que atravessaram ilegalmente a fronteira e sustentou que isso abriu o caminho para a atual crise.
“O número de estrangeiros que entram ilegalmente no país com crianças aumentou de 14 mil para 75 mil nos últimos quatro anos ”, afirmou Sessions. Acrescentou, porém, que a Casa Branca não quer separar os menores dos seus pais e que os Estados Unidos estão "dedicados a cuidar dessas crianças".
“Se construirmos a parede, se for passada legislação que acabe com a falta de regras, não teremos de enfrentar estas decisões terríveis” declarou, pedindo ao Congresso que atue com urgência. “Nessa altura teremos um sistema em que quem precisa de asilo pode candidatar-se e entrar no país de forma legal”.