Trump diz que evitou cenário de mais de dois milhões de mortos nos EUA

por RTP
Reuters

Depois de há uns meses ter projetado que os EUA poderia perder entre 100 a 200 mil vidas para o novo coronavírus, o Presidente Donald Trump vem agora afirmar que evitou o cenário de mais de dois milhões de mortos por Covid-19 e culpou a China por "deixar a praga escapar".

"É uma pena", foi esta a afirmação incial do Presidente dos EUA quando questionado sobre as 200 mil mortes causadas pela pandemia no país.

"Acho que fizemos a coisa certa e fizemos bem. Teríamos dois milhões e meio de mortes ou algo assim (...). Teríamos um número que seria bem maior (...) Poderíamos ter dois, dois e meio ou três milhões", acrescentou o governante.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos ultrapassaram esta segunda-feira as 200 mil mortes por covid-19 na terça-feira. O valor mais elevado de qualquer país no mundo, tal como em relação ao número de infetados, que são já 6.89 milhões.

No mesmo momento, Trump voltou a culpa a China pela situação, alegando que "deveria tê-lo detido [o coronavírus] na sua fronteira. Não deviam tê-lo deixado espalhar-se pelo mundo e isso é terrível", disse, expressando orgulho por ter ordenado rapidamente o fecho das fronteiras a cidadãos chineses, algo que no entanto, não serviu para impedir a disseminação do coronavírus no país.

Num comício no estado da Pensilvânia na noite de terça-feira, Trump afirmou que "estamos a destruir o vírus". Em momento algum reconheceu que o país tem o maior número total de mortes e contágios do mundo.

Chegou mesmo nesse comício - lotado e com muitas pessoas sem máscaras e sem distanciamento físico - a troçar do rival democrata na eleição presidencial de novembro, Joe Biden. "Ele sempre vai com a máscara. Todo aquele dinheiro em cirurgia plástica para a cobrir com uma máscara", disse.

O saldo provisório de mortes causadas pela pandemia nos Estados Unidos é mais do dobro do limite mais baixo das estimativas iniciais da Casa Branca, que projetava, no melhor dos casos, entre 100 mil e 240 mil mortes devido à pandemia.

O Presidente norte-americano chegou a expressar a sua confiança de que o número final ficaria entre as 50 mil e as 60 mil mortes. Mais tarde atualizou a estimativa, prevendo até 110 mil mortes, que também foi largamente ultrapassada.

C/ Lusa

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