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Trump impõe viragem radical na política dos EUA sobre a guerra civil líbia

por RTP
Forças de Khalifa Hafter, a caminho de Trípoli Esam Omran Al-Fetori, Reuters

O presidente norte-americano declarou o seu apoio ao marechal líbio Khalifa Hafter, a meio da batalha que este tem em curso para se apoderar da capital, Trípoli. As declarações de Trump contrastam com as do secretário de Estado Mike Pompeo, há duas semanas atrás.

Donald Trump falou por telefone com Hafter em 15 de Abril e disse depois à imprensa que tinha reconhecido "o papel significativo do marechal de campo Hafter na luta contra o terrorismo e [para] acautelar os recursos petrolíferos da Lísbia". Acrescentou ainda que a conversa telefónica entre ambos tinha versado sobre "uma visão comum para uma transição da Líbia para um sistema político estável, democrático".

A ofensiva de Hafter, com uma coluna de 300 camiões e apoio aéreo, chegou à periferia de Trípoli em 4 de Abril, ameaçando o Governo de Unidade Nacional apoiado pela ONU. Nessa altura, o chefe do Departamento de Estado, Mike Pompeo, repudiou o uso da força militar, no que constituía uma clara advertência a Hafter.

Mas este beneficia do apoio do Egipto, da Arábia Saudita e dos Emiratos Árabes Unidos, bem como da França. Um paralelogramo de forças semelhante ao que tem prolongado a guerra no Iémen pode estar, assim, em constituição na Líbia. Com este respaldo, e com a perspectiva de que os Estados Unidos acabassem por ignorar as resoluções da comunidade internacional, Hafter só tinha de esperar um par de semanas. Foi o que fez e foi o que lhe valeu estar agora às portas da capital líbia, com apoio expresso do inquilino da Casa Branca.
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