É o último projeto com fatura endossada a terceiros a sair da Casa Branca de Donald Trump. O Presidente dos Estados Unidos propõe-se agora criar zonas de segurança na Síria e em mais países do Médio Oriente para refugiados de guerra. Pagas por Estados do Golfo Pérsico. Durante um verdadeiro comício ontem montado na Florida, o sucessor de Barack Obama disse-se também “fã da NATO”, mas repetiu que “muitos dos países” que compõem a Aliança Atlântica “não estão a pagar as contas”
Tal quadro manter-se-ia, segundo Donald Trump, até que se dissipasse “a grande confusão” regional - esta última causada, na narrativa da nova Administração, pelo anterior Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Quanto ao capítulo financeiro do projeto, o Presidente pareceu querer moldar a matriz do muro na fronteira com o México à realidade do Médio Oriente: seriam os países do Golfo Pérsico a suportar os custos das zonas de segurança. E isto porque “o que eles têm mais é dinheiro”.
De resto, estas palavras do Presidente foram ouvidas no hangar do aeroporto internacional de Orlando-Melbourne imediatamente depois de nova defesa da ordem executiva que visava vedar os Estados Unidos a pessoas de sete países de maioria muçulmana, travada na justiça.
Pedro Oliveira Pinto - RTP
Trump voltou mesmo a prometer uma nova medida que impressionará os seus apoiantes: “Não nos rendemos. Vamos fazer algo esta semana que penso que vos vai deixar impressionados. Temos de manter o nosso país seguro”.
“Mais ajustada”
Houve, no sábado, uma pista sobre esta nova ordem com o selo da Casa Branca prometida pelo Presidente. Em Munique, na Alemanha, onde participou na Conferência de Segurança, o secretário norte-americano do Departamento de Segurança Interna, John Kelly, afirmou que se tratará de uma fórmula “mais ajustada”, visando garantir que a circulação de pessoas nos aeroportos flua sem grandes obstáculos.
Kelly foi questionado sobre se os titulares de autorizações de residência permanente - green cards - poderão entrar na América. Ao que o responsável respondeu que esse era “um bom palpite”.
O secretário da Segurança Interna insistiu ainda na ideia de que a Administração foi surpreendida pelas decisões dos tribunais.
Trump, um “fã da NATO”
No mesmo evento, sempre em toada de campanha, Trump declarou-se também “fã da NATO”, sem deixar de apontar o dedo aos demais países-membros da Aliança Atlântica.
“Sou fã da NATO, mas muitos dos países da NATO, muitos dos países que protegemos são ricos e não estão a pagar as suas contas. Têm de ajudar-nos”, carregou.
Também no sábado e na Alemanha, o vice-presidente dos Estados Unidos reafirmara o compromisso norte-americano para com a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Para acrescentar que era chegado “o momento de fazer mais”.
Os compromissos financeiros para com a Aliança Atlântica, frisou Mike Pence ao intervir na Conferência de Segurança de Munique, “não estão a ser cumpridos por muitos”. E “há demasiado tempo”.
c/ agências
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