Trump quer reforçar arsenal militar em 5,4 mil milhões

por RTP
Kevin Lamarque, Reuters

Conhecidas as primeiras orientações do orçamento da Administração Trump, fica-se a saber que em 2018 o orçamento da Defesa vai merecer uma atenção especial do presidente norte-americano, que deverá ser aumentado em 9 por cento, mais 5,4 mil milhões de dólares (cerca de 5,1 MM de euros).

Por outro lado são cortadas as verbas para o ambiente e a assistência externa. De acordo com fonte oficial da Casa Branca, o plano mantém entretanto intocados vários programas de assistência social: falamos da assistência social e do Medicare, que não sofrem alterações apesar das exigências das hostes republicanas.Os Estados Unidos são o país que mais gasta em Defesa, cerca de 600 mil milhões de dólares todos os anos (568 MM euros).

Na generalidade, o orçamento do presidente Trump vai acelerar os gastos militares e cortar nos restantes ministérios da Administração. Durante a campanha eleitoral, o presidente americano já deixara essa promessa no sentido de reforçar o investimento nos orçamentos “militar e da segurança”, bem como no “desenvolvimento económico”.

“Vamos fazer mais com menos e fazer um governo mais pequeno e responsável”, sublinhou Trump esta segunda-feira num encontro com governadores na Casa Branca. “Isso inclui um reforço histórico nos gastos com a Defesa, de forma a reconstruir a capacidade militar dos Estados Unidos numa altura em que tanto precisamos dele”.

O orçamento de Trump - que entrará em vigor apenas a 1 de Outubro - deverá ainda ser alvo de análise, podendo vir a sofrer modificações. No entanto, na última sexta-feira, o presidente deixou claro numa entrevista à Reuters que a corrida ao armamento seria uma das prioridades desta Administração.
Retomar a frente da corrida
Acenando com o fantasma da Rússia e da Coreia do Norte, o presidente americano sublinhou a urgência de rapidamente colocar os Estados Unidos na cabeça da corrida nuclear.
New START

O novo tratado de limitação de armas estratégicas impõe que até fevereiro de 2018, dentro de um ano, os dois países devem limitar os respectivos arsenais, mantendo o mesmo nível por uma década. Trata-se de um documento que impõe restrições tanto à proliferação de equipamentos e capacidade logística em terra como no mar.

Face aos números conhecidos, e que apontam para as actuais 7.000 ogivas nucleares do país contra 7.300 dos russos, Donald Trump garantiu ser “o primeiro a dizer que gostaria que ninguém tivesse armas nucleares”, para logo cortar qualquer ilusão de pacifismo: “Mas nós nunca iremos ficar atrás de nenhum país, mesmo que seja um país amigo, nós nunca iremos ficar para trás em questões de capacidade nuclear”.

Em Dezembro passado já tinha clarificado a sua posição quanto à matéria de Defesa, ao afirmar na sua conta do Twitter que os Estados Unidos deveriam reforçar e expandir o seu arsenal.

Na entrevista à Reuters, Trump não escondeu a insatisfação pelo que considera terem sido os maus acordos negociados por administrações anteriores quanto ao equilíbrio do poderio nuclear. Os Estados Unidos “deixaram-se ultrapassar [por Moscovo] em termos de capacidade nuclear”.

Sobre a corrida com Moscovo, o presidente norte-americano queixou-se, por exemplo, do New START, classificando-o de “acordo apenas para um dos lados”.

Negociado entre a Rússia e os Estados Unidos, o New START foi assinado por Barack Obama e Dmitry Medvedev, chefes de Estado russo e americano, a 8 de abril de 2010, num encontro que teve lugar em Praga. Para Trump, apenas “mais um mau acordo feito pelo país”.
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