Turquia aprova extensão do mandato para intervir no Iraque e na Síria

por Lusa

Ancara, 23 set (Lusa) - O Parlamento da Turquia aprovou hoje a extensão do mandato do exército para intervir no Iraque e na Síria, dois dias depois de um referendo da independência no Curdistão iraquiano, a que Ancara se opõe.

De acordo com a conta do Twitter da Assembleia Nacional da Turquia, os deputados aprovaram a extensão do mandato para lidar com "ameaças", incluindo "projetos separatistas ilegítimos", numa alusão ao referendo dos curdos no Iraque.

O diploma que prolonga por mais um ano a possibilidade de intervenção, que terminava a 30 de outubro, foi aprovado hoje numa sessão parlamentar extraordinária.

A Turquia, que conta com uma população de pelo menos 15 milhões de curdos, vê mal a criação de um Estado curdo nas suas fronteiras, com receio de que galvanize os separatistas do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em Turco), que tem promovido uma rebelião no sudeste do país, a qual motiva confrontos sangrentos com os militares turcos.

A oposição da Turquia à independência do Curdistão é suscetível de comprometer a viabilidade do futuro Estado, uma vez que o Curdistão iraquiano obtém as suas principais receitas das exportações de petróleo, que se faz através de um oleoduto que desemboca no porto turco de Ceyhan.

Durante um discurso na Organização das Nações Unidas, na terça-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, preveniu as autoridades curdas: "Ignorar a posição clara das Turquia sobre este assunto pode conduzir a um processo que privaria o governo regional do Curdistão iraquiano das oportunidades de que beneficia atualmente".

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