Ucrânia. Ramos-Horta diz que "armar" país não é garantia para a paz

por Lusa
António Dasiparu - EPA

O Presidente da República eleito de Timor-Leste e Nobel da Paz, José Ramos-Horta, afirmou hoje que fornecer armamento à Ucrânia "não é a garantia da paz" para resolver o conflito com a Rússia, defendendo a diplomacia.

"Armar Taiwan até aos dentes, assim como armar a Ucrânia até aos dentes não é a garantia absoluta da paz, a melhor garantia da paz é a diplomacia", afirmou Ramos-Horta numa intervenção em direto a partir de Díli para o encontro II Mafra Dialogues, que decorre em Mafra, no distrito de Lisboa.

O Prémio Nobel da Paz de 1996 deu os exemplos dos conflitos no Iémen, na Líbia e no Iraque para sustentar que o envio de armas para estes países "não resolve o conflito", mostrando-se apologista da "prevenção de conflitos", o que disse que tem feito "ao longo dos anos" no seu país.

O recém-eleito Presidente da República de Timor-leste defendeu que a Rússia devia ter insistido" mais e mais no diálogo", mas também a Europa e os EUA deviam insistir mais na "aproximação a Moscovo, independentemente do regime político na Rússia".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU - a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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