UE apela à Rússia para libertar "imediatamente" manifestantes presos no domingo

por RTP
Maxim Shemetov - Reuters

Bruxelas, 27 mar (Lusa) -- A União Europeia apelou na segunda-feira à Rússia para libertar "imediatamente" as centenas de "manifestantes pacíficos" presos no domingo durante protestos contra a corrupção.

"As operações policiais na Federação Russa, que tentaram dispersar manifestações e prenderam centenas de cidadãos, incluindo o líder da oposição Alexeï Navalny, impediram-nos de exercer as suas liberdades fundamentais, incluindo liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica, que estão consagradas na Constituição russa", disse um porta-voz da UE em comunicado.

O político da oposição russa Alexeï Navalny e centenas dos seus apoiantes foram detidos no domingo em toda a Rússia durante as manifestações anticorrupção que constituem uma das mais fortes mobilizações que visam o Presidente Vladimir Putin desde o seu regresso ao Kremlin em 2012.

"Instamos as autoridades russas a respeitarem plenamente os compromissos internacionais (...) a respeitar estes direitos e a libertar sem demora os manifestantes pacíficos que foram detidos", acrescentou.

Na origem da mobilização que reuniu milhares de pessoas no país incluindo em cidades de província habitualmente calmas, Alexeï Navalny deve ser presente a um juiz esta segunda-feira depois de ter passado a noite na prisão.

Navalny "foi detido na praça Maïakovskaïa", que fica no itinerário da marcha, proibida pelas autoridades, escreveu na altura o porta-voz Kira Iarmych no Twitter.

"Tudo está bem comigo", escreveu, entretanto, o próprio Navalny na sua conta do Twitter.



As manifestações têm decorrido em várias cidades. A oposição convocou o protesto depois de ter sido divulgado um relatório em que o primeiro-ministro Dmitri Medvedev é acusado de controlar um império imobiliário através de uma rede oculta de uma organização não governamental.

Alexeï Navalny colocou no Youtube um vídeo de 50 minutos no qual descreve as táticas a que acusa o primeiro-ministro de ter recorrido, um documento que teve mais de 11 milhões de visualizações.

 

De acordo com os Navalny, as manifestações estavam previstas para 99 cidades, mas em 72 delas as autoridades opuseram-se à sua realização, invocando razões como operações de limpeza, concertos ou eventos organizados por movimentos favoráveis ao Kremlin.

 

c/Lusa

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