UE defende "ordem global baseada em regras" das Nações Unidas

por Lusa

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, defendeu hoje uma "ordem global baseada em regras" das Nações Unidas, após uma conversa com o secretário-geral daquela organização, António Guterres, na qual um dos assuntos abordados foi o Irão.

"Tive um telefonema com António Guterres [secretário-geral da Organização das Nações Unidas -- ONU] este fim de semana para discutir desenvolvimentos em assuntos como a Líbia, o Iraque e o Irão", refere o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa numa publicação feita na rede social Twitter.

Na mesma publicação, Josep Borrell sublinha que "o multilateralismo e uma ordem global baseada em regras, com a ONU na sua essência, continua a ser a pedra angular da política externa da UE".

A publicação foi feita numa altura em que existem fortes tensões entre os Estados Unidos e o Irão.

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No mesmo ataque morreu também o `número dois` da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas --- Rússia, França, Reino Unido, China e EUA --- mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.

No domingo, foi anunciado que Josep Borrell convidou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, para uma visita a Bruxelas, após uma conversa telefónica entre ambos também este fim de semana.

 

 

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