União Europeia ajuda cidadãos em risco a permanecerem no Reino Unido

por RTP
O embaixador da UE no Reino Unido já anunciou que tanto Bruxelas como as embaixadas dos 27 Estados-membros do bloco, em Londres, necessitam de reunir esforços para ajudar aqueles que se encontram à margem da sociedade britânica Toby Melville - Reuters

Idosos, membros de comunidade cigana, prisioneiros e os mais pobres vão ser o principal foco da União Europeia. O objetivo é ajudar estes cidadãos a permanecerem no Reino unido, após o Brexit. Para o primeiro embaixador do bloco comunitário em Londres, João Vale de Almeida, o direito de permanecer no país, para muitos europeus vulneráveis, deve ser protegido.

A falta de informações ou meios para realizar o processo de inscrição digital leva a que milhares de cidadãos europeus não consigam inscrever-se no Ministério do Interior. Inscrição que tem de ser feita antes do dia 31 de julho de 2021 para poderem permanecer no Reino Unido.

O embaixador da UE no Reino Unido já anunciou que tanto Bruxelas como as embaixadas dos 27 Estados-membros do bloco, em Londres, necessitam de reunir esforços para ajudar aqueles que se encontram à margem da sociedade britânica.

A embaixada revelou que as autoridades da UE têm mantido contacto com o Ministério do Interior sobre como as pessoas nas prisões do Reino Unido podem ser informadas sobre os seus direitos. Para isso, a embaixada criou uma rede de acompanhamento de 50 ONG, que também estão a analisar o tema, através de reuniões bimestrais.

“É possível que no final deste período ou próximo do final tenhamos que reavaliar em que ponto da situação estamos e quais são os principais problemas existentes. Isto terá de ser respondido para evitar que muitas pessoas sejam deixadas de parte”, afirmou Vale de Almeida.

O mesmo embaixador acrescentou, em entrevista ao jornal The Guardian, que ainda há “a questão de como o Reino Unido vai tratar aqueles que, por algum motivo, estão fora do prazo e não conseguirem chegar a tempo”.

O ministro conservador Brandon Lewis, enquanto exercia o cargo de ministro de Segurança, sugeriu que todos aqueles que não fossem capazes de cumprir os prazos estabelecidos iriam enfrentar a deportação.
Requisitos necessários após o Brexit
Os cidadãos europeus prevalecem com os seus direitos, caso estejam há pelo menos cinco anos a residir no Reino Unido. Aqueles que pretendem uma residência temporária devem mostrar que já residiram no país durante algum período antes do final de 2020.

Para os cidadãos europeus, que se encontram presos, a sentença pode apagar anos de residência acumulados. Atualmente existem cerca de quatro mil cidadãos da UE nas prisões britânicas.

A Unlock, instituição de caridade que se debruça sobre os direitos das pessoas com condenações criminais, estima que cerca de 500 mil cidadãos da UE tenham antecedentes criminais, de acordo com o número da população britânica.

Vale de Almeida afirmou que as pessoas não precisam de se alarmar com a recente deportação de 17 jamaicanos com condenações, que moravam no Reino Unido há décadas.

“Por enquanto, estamos a trabalhar bem com os nossos parceiros britânicos. Acho que precisamos de estra muito atentos e tentar identificar de imediato casos, em que as coisas não estejam a correr pelo melhor”, salientou o embaixador.
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