União Europeia condena execução de 24 pessoas na Síria por provocarem incêndios

por Lusa

A União Europeia considerou hoje "um castigo cruel, desumano e degradante" a execução de 24 pessoas na Síria acusadas de "atos terroristas" por provocarem incêndios florestais em setembro e outubro de 2020.

"A União Europeia opõe-se firmemente à pena de morte em qualquer momento e em qualquer circunstância. É um castigo cruel, desumano e degradante, que não tem um efeito dissuasório em relação ao crime e representa uma negação inaceitável da dignidade e da integridade humanas", afirmou um porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa, num comunicado.

A União Europeia considerou também preocupante que menores de idade tenham sido condenados a penas de prisão entre dez e 12 anos por acusações similares.

As autoridades europeias apelaram à Síria para acabar com a pena de morte no país.

Os 24 condenados foram executados na quarta-feira, depois de terem sido acusados de cometer "atos terroristas" ao provocar incêndios com materiais inflamáveis que "causaram a morte e destruíram infraestruturas do Estado", segundo a agência oficial síria SANA.

De acordo com a mesma fonte, 11 outras pessoas foram condenadas à prisão perpétua pelo mesmo crime.

Incêndios florestais eclodiram em vários países do Médio Oriente em outubro de 2020, quando ocorreu uma vaga de calor incomum para aquela época do ano, tendo a Síria sido um dos países mais afetados.

Em finais do ano passado, o Governo sírio anunciou a detenção dos alegados autores de vários dos incêndios e assegurou que tinham confessado os crimes.

Foram declarados, no ano passado, cerca de 190 incêndios nas províncias ocidentais sírias de Latakia, Tartus e Homs.

Os fogos afetaram 280 aldeias e cidades, consumiram 13 mil hectares de terrenos agrícolas e onze mil hectares de florestas e causaram danos em 370 casas, segundo dados das autoridades sírias citados pela agência de notícias EFE.

O conflito militar de uma década na Síria já provocou centenas de milhares de mortos e deslocou metade da população do país, incluindo cinco milhões de refugiados que procuraram abrigo no estrangeiro.

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