UNICEF faz apelo urgente para proteção das crianças e das estruturas civis no nordeste da Síria

por Lusa

A UNICEF manifestou hoje a sua preocupação perante os últimos acontecimentos no nordeste da Síria, fazendo um apelo urgente para que a proteção de "milhares de crianças vulneráveis" e das estruturas civis naquela região seja preservada.

"A UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) está extremamente preocupada com os últimos desenvolvimentos no nordeste da Síria", referiu a diretora-executiva desta agência da ONU, Henrietta Fore, numa breve nota enviada às redações, um dia depois de a Turquia ter lançado uma ofensiva contra milícias curdas no norte da Síria.

Na declaração, Henrietta Fore pede "a todos os envolvidos" para que protejam as crianças e as infraestruturas civis, em conformidade com os Direitos Humanos Internacionais e o Direito Humanitário.

"O uso de armas explosivas em áreas povoadas causa danos inaceitáveis às crianças", lembrou a diretora-executiva da UNICEF, mencionando que uma intervenção militar no nordeste da Síria terá "consequências dramáticas na capacidade de os intervenientes humanitários fornecerem assistência e proteção a milhares de crianças vulneráveis".

A representante conclui a declaração com a defesa de uma solução política para o conflito na Síria, país que vive em guerra desde 2011.

"Tal como temos vindo a reforçar, a única solução para este conflito é através de ação política. Todos os envolvidos devem evitar ao máximo o uso da força", afirmou a diretora-executiva.

A operação militar de Ancara na Síria tem como alvo milícias curdas, que foram aliadas-chave dos Estados Unidos no combate ao grupo `jihadista` Estado Islâmico (EI), mas que a Turquia considera terroristas.

Desencadeada após uma controversa retirada de tropas norte-americanas, a ofensiva desencadeou críticas internacionais e até Washington ameaçou com sanções.

O presidente russo, Vladimir Putin, apelou na quarta-feira à Turquia para "pensar com cuidado" antes da operação, enquanto o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, classificou a ofensiva de "má ideia" e disse esperar que o chefe de Estado turco, Recep Tayyip Erdogan, aja de modo "racional" e tão "humano" quanto possível.

A intervenção turca, que segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos já matou 15 pessoas, incluindo oito civis, é discutida hoje numa reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.

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