Urgente ajuda para 270.000 pessoas um mês após sismo na Papua Nova-Guiné, alerta a ONU

por Lusa
Supri SUPRI - Reuters

Mais de um quarto de milhão de pessoas continua a precisar de ajuda humanitária urgente na Papua Nova-Guiné, quase um mês após o sismo de magnitude 7,5 que fez mais de cem mortos, indicou hoje a ONU.

O Governo e organizações humanitárias estão a trabalhar para fazer chegar a ajuda a zonas remotas, algumas das quais continuam isoladas devido aos danos nas infraestruturas e a aluimentos de terras causados pelo terramoto de 26 de fevereiro e por mais de 150 réplicas.

Das 270.000 pessoas mais necessitadas, cerca de 125.000 são crianças, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que esta semana distribuiu 23 toneladas de material, incluindo tendas, comprimidos para desinfetar a água, embalagens com produtos de higiene e mantas.

"As vidas das crianças estão em perigo: têm acesso limitado às necessidades básicas, as famílias lutam para sobreviver em refúgios abarrotados ou para reconstruir as suas casas e hortas", disse Karen Allen, representante da UNICEF, em comunicado.

Até à data, foram entregues mais de 12.000 pacotes com alimentos terapêuticos e vacinas suficientes para proteger 31.700 crianças contra o crescente risco de doenças e subnutrição, precisou a agência especializada da ONU.

As províncias de Hela e Southern Highlands são as mais afetadas pelo sismo que, segundo as autoridades locais, fez pelo menos 110 mortos.

Ao todo, 34.153 pessoas estão deslocadas, encontrando-se alojadas em 39 locais de acolhimento improvisados em centros comunitários ou de saúde, de acordo com o mais recente relatório elaborado pelo Governo, a ONU e organizações humanitárias.

O mesmo relatório refere que 65% dos centros de saúde de Hela e Southern Highlands sofreram danos e 32% continuam encerrados.

Em contrapartida, as principais estradas da zona estão total ou parcialmente abertas e os aeroportos voltaram a estar operacionais, exceto os aeródromos de Huya e Komo, aos quais só se consegue aceder por helicóptero.

O Departamento de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU indicou que o terramoto destruiu as fontes de água e que a população se vê obrigada a abastecer-se em rios e cursos de água superficiais, pelo que alertou para o risco do surgimento de epidemias na zona.

O Governo da Papua Nova-Guiné destinou 105 milhões de kina (cerca de 26 milhões de euros) para fazer chegar ajuda aos que sofreram danos.

Os terramotos são comuns no país, que se encontra no chamado Anel de Fogo do Pacífico, um ponto com muita atividade sísmica devido à fricção entre placas tectónicas.

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