Venda de F-35 aos EAU. Democratas dos EUA receiam desequilíbrio de forças no Médio Oriente

por RTP
O piloto de um F-35 mostra uma bandeira norte-americana momentos antes de descolar da Base Aérea Nacional de Vermont a 23 de maio de 2020 Reuters

A Casa Branca enviou informalmente ao Congresso dos Estados Unidos a notificação necessária sobre a sua intenção de vender aos Emirados Árabes Unidos 50 caças F-35 de última geração. O negócio está a criar anticorpos entre os congressistas do Partido Democrata.

Eliot Engel, democrata, líder da Comissão do Senado para os Negócios Estrangeiros, referiu que a venda dos aviões pode “modificar de forma significativa o equilíbrio militar no Golfo e afetar a vantagem militar de Israel”.

“A exportação destes aviões requer uma análise muito séria e o Congresso tem de estudar todas as ramificações. Apressar estas vendas não interessa a ninguém”, acrescentou Engel.Os Comités para os Negócios Estrangeiros, do Senado e da Câmara de Representantes, têm poderes para rever e bloquear a venda de armas ao abrigo de um processo de revisão informal.

Ambos têm criticado o papel desempenhado pelas forças militares dos Emirados, aliados à Arábia Saudita, na morte de civis na guerra do Iémen.
Ameaça comum
De acordo com a Agência noticiosa Reuters, a venda aos EAU dos 50 F-35 fabricados pela Lockheed Martin foi acordada entre a Administração Trump e os Emirados logo após a assinatura de reconhecimento de Israel por parte dos EAU, em agosto passado.

As duas partes pretenderão que as autorizações para o negócio estejam resolvidas a tempo das celebrações do Dia Nacional dos EAU, a 2 de dezembro.

Com as eleições presidenciais norte-americanas marcadas já para a semana, a 3 de novembro, nada está garantido, sobretudo se Donald Trump, o principal impulsionador dos recentes reconhecimentos de Israel por parte de países árabes, for substituído pelo democrata Joe Biden.

Até ao mês passado Israel opunha-se à intenção de venda deste armamento aos EAU, mas o cenário modificou-se e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirma que recebeu garantias de que a superioridade militar israelita será preservada.

Todos enfrentamos uma ameaça comum”, afirmou Netanyahu em conferência de imprensa esta quinta-feira, numa aparente alusão ao Irão e ao Governo dos Ayatolas, que juraram destruir Israel e que se opõem à hegemonia do islão sunita no Golfo.
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