A Venezuela questionou a realização de exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos (EUA) e a Guiana, nas Caraíbas, considerando-os uma "provocação" e "ameaça" contra o povo venezuelano e a sua soberania.
"Estamos na presença de uma ação agónica das últimas horas do Governo de Donald Trump, que pretende criar provocações, ameaças e agressões contra o povo venezuelano e a soberania", disse a vice-presidente da Venezuela.
Em declarações à televisão estatal venezuelana, Delcy Rodríguez explicou que o Presidente Nicolás Maduro quer "falar muito claro ao país [e] alertar também os países da região sobre os exercícios militares conjuntos iniciados pelos EUA e a República Cooperativa da Guiana".
Segundo a governante, os exercícios, que começaram na segunda-feira, "foram acordados durante a visita de Mike Pompeo [secretário de Estado dos EUA] em setembro de 2020" à Guiana, altura em que "a Venezuela protestou vigorosamente".
O chefe do Comando Sul dos EUA, Craig Faller, chegou segunda-feira à Guiana para manter encontros com várias autoridades políticas e militares locais.
A visita tem lugar no meio de tensões entre a Venezuela e a Guiana pela disputa do território Esequibo.
A região de Esequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como "Zona em reclamação", está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.
Atualmente sob a soberania da Guiana, a zona inclui uma área de 160 mil quilómetros quadrados, equivalente a três quartos do total do país.
A polémica agudizou-se nos últimos anos depois de a petrolífera norte-americana Exxon Mobil ter descoberto, em 2015, várias reservas de crude nas águas territoriais da zona em litígio.