Reportagem

Venezuela em convulsão após autoproclamação de Guaidó como Presidente

por RTP

Depois de Juan Guaidó se ter autoproclamado Presidente interino da Venezuela, as reações nacionais e internacionais multiplicam-se. Com Guaidó estão EUA, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru. Maduro conta com o apoio de Rússia, China, Cuba, Bolívia, México e Turquia. Entretanto, Washington já advertiu o Exército venezuelano para não usar da força contra Guaidó.

Mais atualizações

21h23 - Venezuela: dia a dia marcado por carências

Há vários anos que a Venezuela está mergulhada numa crise política, económica e social. A comida está racionada, 80 por cento da população passa fome e a inflação bateu todos os recordes.

Já foi um dos países mais ricos da América Latina, mas desde que Hugo Chávez morreu em 2013 tudo mudou na Venezuela.

À crise política seguiu-se a crise económica e social. Mais de 3 milhões de pessoas sairam do país à procura de uma vida melhor.

Mesmo com as maiores reservas de petróleo do mundo, a economia entrou em colapso.

Para este ano o FMI prevê uma hiper-inflacao de 10 milhões por cento
Um quilo de carne pode custar dois salários mínimos perto de 10 euros
A fome atinge 80 % da população.

Depois do descalabro económico a Venezuela mergulhou no caos social. Em cada dia do ano passado ocorreram 63 homicídios. É a taxa de violência mais elevada do mundo.


21h21 - Venezuela. Chefias militares mantêm-se com o regime

O Supremo Tribunal e os chefes das Forças Armadas da Venezuela recusaram apoiar o auto-proclamado Presidente interino, Juan Guaidó.

Um dia depois do juramento do líder da oposição, dois dos pilares institucionais do país declararam apoio a Nicolás Maduro, que pediu à justiça que lide com Guaidó.


22h17 - EUA advertem Exército venezuelano para não usar da força contra Guaidó

Washington considerou o regime de Maduro ilegítimo, falido e corrupto. Os Estados Unidos apelaram aos militares venezuelanos para não usarem a força contra Juan Guaidó.


21h16 - Venezuelanos que vivem na Madeira defendem saída de Nicolás Maduro

Grande parte dos venezuelanos que vivem na ilha da Madeira quer Nicolás Maduro fora do poder. Nos últimos dois anos, a região autónoma recebeu milhares de imigrantes. E novos imigrantes continuam a chegar.


20h10 - Augusto Santos Silva recusa ideia golpe de Estado na Venezuela

O chefe da diplomacia portuguesa recusa que esteja em curso um golpe de Estado na Venezuela, tal como fez passar Nicolás Maduro no Supremo Tribunal de Justiça.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, discorda da ideia deixada pelos militares e também por Nicolás Maduro, que vieram classificar de golpe de Estado a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino do país.


19h32 - Violência nas ruas

Morreram 26 pessoas desde segunda-feira.

18h52 - Cresce número de refugiados

Organizações assinalam um aumento no número de venezuelanos que estão a atravessar a fronteira com a Colômbia para escapar ao ambiente cada vez mais incerto que afecta a Venezuela, na ressaca da autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino.

18h45 - 24 horas depois

Contabilidade internacional 24 horas depois da autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

Os que reconhecem Guaidó: Estados Unidos, Brasil, Canadá, Chile, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai e Peru.

Os que apelam ao diálogo ou a novas eleições presidenciais: União Europeia, França, Grã-Bretanha, Espanha, ONU e Noruega.

Os que reconhecem legitimidade a Maduro: Rússia, China, Cuba, Bolívia, México e Turquia.

18h15 - O petróleo venezuelano

Sanções norte-americanas sobre a Venezuela implicariam uma alteração muito sensível das rotas do petróleo.





18h06 - Vaticano acompanha a situação

O papa está a seguir atentamente os acontecimentos na Venezuela com um voto para que o povo seja poupado a novas situações de sofrimento.

17h20 - Presidente do Parlamento Europeu apela à saida de Maduro

O presidente do PE, Antonio Tajani, denunciou o "regime ilegítimo" de Nicolás Maduro e apelou à sua saída acrescentando uma palavra de apoio a Juan Guaidó.

"Face ao descontentamento geral, Maduro deve sair já. É claro que o povo venezuelano está farto do regime ilegítimo de Maduro, que não ganhou a Presidência em eleições livres e democráticas e assim sem mantém no poder perseguindo a oposição", acusou Tajani.

17h18 - Conversa capital

O presidente russo, Vladimir Putin, terá mantido esta quinta-feira uma conversa por telefone com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de acordo com a Interfax.

Reafirmando o apoio às "autoridades legítimas da Venezuela", Putin terá comunicado a Maduro que espera a reposição da normalidade no país atraves dos "meios pacíficos".

17h15 - Bloco fala em escolha viciada

O BE considera a escolha na Venezuela “viciada”, uma vez que estão implicados “dois presidentes que não têm legitimidade democrática”.

Os bloquistas deixam ainda uma crítiva às ingerências externas, considerando sensata a posição do Governo português.

"Toda a pressão de Trump e Bolsonaro para um novo presidente, toda a pressão da China e da Rússia para a manutenção de Maduro fazem parte de ingerências externas que nos fazem temer novamente que a Venezuela não tenha o futuro definido soberanamente pelo seu povo, mas sim por vontades externas que, de forma indevida, ingerem na definição desse futuro", apontou o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, sobre a situação atual da Venezuela.

17h04 - Ministro da Defesa da Venezuela fala de golpe

Vladimir Padrino Lópes acusa os Estados Unidos e outros governos de estarem a levar a cabo uma guerra económica contra o país.


16h41 - Londres declara apoio a Guaidó

O governo britânico entende que o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó é a pessoa indicada para reconduzir os destinos da Venezuela.

"O Reino Unido acredita que Juan Guaidó é o indivíduo certo para levar a Venezuela adiante. Nesse sentido, estamos ao lado dos Estados Unidos, Canadá, Brasil e Argentina, empenhados ara que isso aconteça", declarou o MNE britânico Jeremy Hunt.

16h40 - Estados Unidos disponibilizam 20 milhões de dólares

O secretário de Estado Mike Pompeo anunciou a disponibilidade norte-americana para enviar à Venezuela 20 milhões de dólares em ajuda humanitária.





16h28 - Mike Pompeo, na quarta-feira à noite:

“Os Estados Unidos não reconhecem o regime de Maduro como governo da Venezuela. Por conseguinte, os Estados Unidos não consideram que o antigo presidente Nicolás Maduro tenha a competência legal para romper as relações diplomáticas com os Estados Unidos ou para declarar qualquer dos nossos diplomatas como persona non grata”.

15h51 - Exército alinhado com ministro da Defesa

O exército venezuelano vem também qualificar a autoproclamação de Juan Guaidó de "golpe de Estado".

15h50 - Golpe de Estado, diz o governo de Maduro

O ministro venezuelano da Defesa vem pela primeira vez acusar Juan Guaidó de encabeçar um golpe de Estado contra o governo de que Nicolás Maduro "é o presidente legítimo".

15h38 - Também Marcelo defende Assembleia Nacional venezuelana

Alinhado com o Governo português, o Presidente da República considerou fundamental respeitar "o que é a vontade soberana do povo venezuelano".

“O Governo português já definiu a posição, que é a dos países da União Europeia, e que é uma posição que sublinha o respeito da vontade do povo venezuelano, a importância da liberdade, o respeito da legitimidade da assembleia nacional, e também a procura de uma solução pacífica com a realização de eleições livres, através das quais o povo venezuelano possa exprimir a sua vontade política”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

15h35 - PS critica governo de Nicolás Maduro

Carlos César, líder parlamentar do PS, deixou críticas ao Governo venezuelano, defendendo a legitimidade da Assembleia Nacional e a realização de eleições livres na Venezuela como única forma de evitar a continuação de uma situação caos.

“Condenamos a evolução política liderada pelo atual Governo, entendemos que a Assembleia Nacional merece crédito nesta fase do processo e, por fim, consideramos absolutamente necessário que ocorram eleições livres que possam repor a normalidade e a democracia no país”, declarou Carlos César.

15h09 - Maradona apoia Maduro

"Não vou mudar. Hoje, mais do que nunca, com o Presidente Nicolás Maduro". O antigo futebolista Diego Maradona reiterou esta quinta-feira o seu apoio ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, num post na rede social Instagram.

14h41 - Bolsonaro teme transição "não pacífica"

O Presidente brasileiro disse esta quinta-feira à rede Record que vai estar atento à situação que se vive na Venezuela e teme que tensão naquele país se agrave.

"A História tem-nos mostrado que as ditaduras não passam o poder para a respetiva oposição pacificamente", afirmou. 

O Brasil, tal como a Argentina ou os Estados Unidos, incluí-se no grupo de países que reconheceu a "legitimidade" do novo Presidente interino da Venezuela.

13h54 - O perfil de Juan Guaidó

Guaidó é um dos fundadores do partido "Vontade Popular", esteve sempre ao lado do histórico Leopoldo López contra Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Presidente da Assembleia Nacional desde o início do mês, Guaidó quer garantir eleições livres aos venezuelanos.


13h48 - Marcelo pede respeito pela legitimidade da Assembleia Nacional

O Presidente da República reafirma a posição portuguesa acerca da situação na Venezuela.

Portugal, tal como a União Europeia, pedem que a vontade do povo da Venezuela seja respeitado, respeito pela legitimidade da Assembleia Nacional e a procura de uma solução pacífica através da realização de eleições livres.

13h35 - PM espanhol pede eleições democráticas

Pedro Sánchez já falou esta quinta-feira com Juan Guaidó, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela. O primeiro-ministro espanhol defendeu a realização de eleições democráticas e transparentes como solução "ideal e natural" para a crise que o país atravessa.

A conversa durou cerca de dez minutos, segundo adiantaram fontes do Governo de Madrid. Nesta troca de palavras, Sánchez manifestou o apoio da União Europeia à Assembleia Nacional venezuelana.

Num tweet entretanto divulgado por Guaidó, o Presidente interino revela ter recebido "apoio total" por parte do chefe do Governo espanhol na luta por um Governo de transição e eleições livres.




Ainda assim, o apoio dado por Madrid a Guaidó não é completamente explícito e mantém-se em linha com a posição defendida pela União Europeia. Josep Borrell, ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, considera que as eleições "são a única solução possível" para resolver a crise na Venezuela.

O representante da diplomacia espanhola recusa-se, por isso, a indicar se Madrid reconhece Juan Guaidó e o cargo por si proclamado de presidente interino.


13h22 - MNE sem conhecimento de problemas com portugueses

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou ao início da tarde que o Governo não tem conhecimento de qualquer "incidente envolvendo a comunidade portuguesa" na Venezuela.

O representante da diplomacia portuguesa renova ainda o apelo do Governo português pelo fim à violência e pede que não haja repressão nas várias manifestações em território venezuelano. Augusto Santos Silva espera que sejam realizadas eleições justas, credíveis, livres e transparentes.

"Neste momento, o único órgão de soberania da Venezuela que resulta de eleições que ninguém contestou (...) é a Assembleia Nacional, que foi sendo esvaziada dos seus poderes", salientou.

O MNE pede que os poderes da Assembleia Nacional sejam respeitados e lembra os vários problemas que afetam a Venezuela nos anos mais recentes.


12h40 - Reação do PCP

"O PCP condena com veemência a nova operação golpista orquestrada e comandada pelos EUA contra a Venezuela e o povo venezuelano que, através da insólita 'autoproclamação' de um presidente fantoche, dito 'presidente interino' - promovido por Trump e logo apoiado por Bolsonaro e outros - afrontando a ordem constitucional deste país, procura colocar em causa o legítimo Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, eleito pelo voto popular", lê-se em comunicado.

Diz ainda o PCP que é "da maior gravidade a posição do Governo português que, ao arrepio dos interesses próprios (...) optou por uma atitude de seguidismo da União Europeia e dos círculos mais reacionários alinhados com a inaceitável operação de desestabilização e subversão contra a Venezuela".

12h25 - Vítimas mortais na Venezuela

Catorze pessoas morreram em dois dias de protestos contra o Governo venezuelano, segundo dados divulgados por duas Organizações Não Governamentais.

12h10 - PR deseja "solução pacífica"

O Presidente da República abordou esta quinta-feira a situação na Venezuela, mas de uma forma pedagógica. Ao falar para alunos de uma escola de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que a União Europeia defende que sejam respeitados a Assembleia Nacional e o voto dos venezuelanos.

O chefe de Estado defende que "são os venezuelanos que têm de escolher o seu futuro", e que esta posição é "cuidadosa e cautelosa".

11h50 - Críticas do Kremlin

Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, rejeitou esta quinta-feira o anúncio de Juan Guidó, considerando que é uma "tentativa de usurpar o poder" que viola a lei internacional.

“Nicolás Maduro é o chefe de Estado legítimo” da Venezuela, afirmou, quando questionado se a Rússia estaria disposta a conceder asilo a Maduro.

Peskov referiu que o Kremlin está preocupado com declarações “de nações estrangeiras” que “não descartam a possibilidade de intervenção estrangeira”.

11h47 - Irão condena "tentativa de golpe de Estado"

Teerão manifestou esta quinta-feira apoio ao Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e condenou a autoproclamação de Juan Gaidó como presidente interino do país.

Bahram Ghasemi, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, garantiu apoiar Caracas "contra qualquer espécie de intervenção e qualquer ação ilegítima e ilegal como uma tentativa de fazer um golpe de Estado".

Citado pela agência ISNA, o responsável criticou o apoio norte-americano à oposição venezuelana, considerando essa ação como uma intervenção externa "ilegal".

11h37 - Espanha, Suécia e Dinamarca ao lado de Guaidó

De acordo com um responsável do Governo espanhol, Pedro Sánchez deverá contactar em breve com o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, depois de falar com vários líderes da América Latina, durante o fórum económico mundial que decorre por estes dias em Davos.

Entretanto, a Suécia e a Dinamarca manifestaram apoio ao presidente da Assembleia Nacional. Margot Wallstrom, ministra das Relações Exteriores da Suécia, disse que "o direito das pessoas de se manifestar pacificamente e escolher livremente os seus líderes deve ser respeitado" na Venezuela.

Por sua vez, o seu homólogo dinamarquês, Anders Samuelsen, indicou que a Dinamarca "apoiará sempre instituições democráticas eleitas legítimas - não menos importante, a Assembleia Nacional, incluindo Juan Guaidó".

11h06 - Um país, dois presidentes

O presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira como presidente interino da Venezuela, à revelia do chefe de Estado, Nicolás Maduro. Veja as imagens de um dia que ficou para a história da Venezuela.

O presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira como presidente interino da Venezuela, na sequência do não reconhecimento da eleição de Nicolás Maduro, que tomou posse no início do ano.



10h55 - Macron elogia coragem da oposição venezuelana

O Presidente francês saudou o movimento os venezuelanos que "marcham pela liberdade", mas não apoiou com clareza o autoproclamado presidente da Venezuela.

"Depois da eleição ilegal de Nicolás Maduro em 2018, a Europa apoia a restauração da democracia. Saúdo a coragem das centenas de milhares de venezuelanos que estão a marchar pela sua liberdade", escreveu Emmanuel Macron no Twitter.


De acordo com um responsável da presidência francesa, Paris irá reconhecer o Presidente que vencer eleições na Venezuela.

"A nossa intenção é a de encorajar o processo democrático na Venezuela. A França irá reconhecer quem quer que seja eleito no final desse processo", aponta.

10h30 - Violência é "inevitável"

Andrés Malamude, politólogo e professor no Instituto de Ciências Sociais, não antecipa nada de bom para o futuro da Venezuela. O politólogo diz que Guaidó não está a promover a violência, mas que esta é inevitável, refere.

Andrés Malamude compara mesmo este novo cenário da Venezuela com a Primavera Árabe.

Num tweet ontem ao final da noite, o presidente autoproclamado da Venezuela lamentou os episódios de violência e promete trazer paz e jusiça ao país.



"Não tenho palavras para expressar a dor que sinto ao saber dos venezuelanos que foram assassinados durante os protestos das últimas horas. Só posso garantir às suas famílias que a justiça e a paz reinará na nossa pátria".


10h25 - Turquia alerta para o "caos"

O ministro turco dos Negócios Estrangeiros criticou a posição dos Estados Unidos e o que considera ser uma "interferência" por parte de Washington.

"Declarar Guaidó como Presidente de facto levará a Venezuela ao caos. Existe um Presidente eleito. E agora, o presidente do Parlamento declara-se como presidente. Esta é uma situação estranha", frisou Mevlut Cavusoglu, em declarações a uma televisão turca.

10h20 - China apoia Maduro

Pequim expressou esta quinta-feira o apoio ao Governo venezuelano de Nicolás Maduro e, tal como a Rússia, condenou a "intromissão nos assuntos internos" do país pelos Estados Unidos, depois de Washington ter reconhecido legitimidade ao líder autoproclamado, Juan Guaidó.

"A China apoia os esforços do Governo da Venezuela para manter a sua soberania, independência e estabilidade", afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying.

O porta-voz expressou ainda a vontade de que "as partes na Venezuela procedam de acordo com os interesses fundamentais da nação e do povo, sob a premissa do respeito pela Constituição, para resolver as diferenças políticas, através do diálogo e da consulta".

9h44 - Rússia denuncia interferência estrangeira

Moscovo alertou esta quinta-feira os Estados Unidos para que não intervenham na Venezuela com poder militar, considerando que tal ação traria consequências "catastróficas".

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Ryabkov, garantiu que a Rússia vai continuar ao lado da Venezuela na proteção da sua soberania e do "princípio de não-interferência em assuntos domésticos".

O responsável diz mesmo que Washington está a demonstrar "desrespeito pelo Direito Internacional" e avisa que a interferência estrangeira em Caracas poderá trazer arbitrariedade ao país e "um banho de sangue".

"Uma interferência estrangeira destrutiva, em particular na situação atual, extremamente tensa, é inaceitável. Esta é uma via direta para a arbitrariedade e o derramamento de sangue", refere o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros num comunicado, citado esta quinta-feira pela agência France Presse.

9h25 - Eleições "livres, credíveis, justas e transparentes"

Em declarações à Antena 1, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse esta quinta-feira que o futuro da Venezuela deverá obrigatoriamente passar por um novo escrutínio.

“Não há nenhuma saída para a crise política na Venezuela que não passe por eleições livres, credíveis, justas e transparentes”, afirmou Augusto Santos Silva.

Para o representante da diplomacia portuguesa, a Assembleia Nacional é "um órgão de soberania na Venezuela que tem uma legitimidade eleitoral intocável, visto que ninguém contestou as eleições que elegeram os deputados”. Situação que contrasta com o que aconteceu nas eleições presidenciais de maio, cujos resultados não foram reconhecidos pela União Europeia, incluindo Portugal.

"Parece-nos que não há nenhuma saída que não seja a organização de eleições onde todos possam concorrer segundo regras que todos aceitem", frisou.

Com respeito à comunidade portuguesa, o Ministro dos Negócios Estrangeiros diz-se preocupado, mas assegura que não houve, até agora, informação de nenhum incidente que tenha "posto em perigo pessoas ou bens da nossa comunidade".

Augusto Santos Silva assegura ainda que o MNE, em especial o secretário de Estado das Comunidades, está em contacto permanente com os conselheiros das comunidades, bem como com a Embaixada e os consulados.

9h00 - Guterres apela ao diálogo

O secretário-geral da ONU apelou esta quinta-feira ao diálogo na Venezuela de forma a evitar uma escalada que termine em “desastre”.

À margem do fórum económico mundial que decorre em Davos, António Guterres defendeu o diálogo entre as partes de forma a evitar “um desastre para o país e para a região”.

António Guterres adiantou ainda que “todos os Governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem”, quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.

A Venezuela acordou hoje com dois Presidentes. De um lado, Nicolás Maduro, que recentemente tomou posse para um segundo mandato à frente dos destinos do país. No entanto, a eleição na qual foi escolhido foi considerada ilegítima por parte da oposição, nomeadamente pela Assembleia Nacional que é controlada pelos opositores do regime.

Na quarta-feira, Juan Guaidó, político de 35 anos que assumiu há poucas semanas a presidência da Assembleia Nacional venezuelana, autoproclamou-se Presidente interino do país, num juramento feito perante milhares de pessoas que se manifestavam em Caracas.

A ação levou Maduro a anunciar o corte imediato de relações com os Estados Unidos, que deu mesmo um prazo para que os diplomatas norte-americanos abandonem a Venezuela rapidamente.

Entretanto, Washington já reconheceu o Governo interino de Guaidó como legítimo. Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia e Paraguai foram alguns dos países também já confirmaram a sua posição de apoio ao novo executivo.  

No mesmo sentido, mas sem reconhecer perentoriamente o novo Presidente interino, a União Europeia declarou na quarta-feira o apoio total à Assembleia Nacional venezuelana e apelou à realização de eleições “livres e credíveis". Portugal pede a Nicolás Maduro que “compreenda que o seu tempo acabou” e apela à realização de eleições lives.  

Quem não concorda com este novo Governo interino é o Exército venezuelano, que prometeu na quarta-feira “continuar a defender a Constituição e a soberania nacional” contra uma autoproclamação “à margem da lei”.