Venezuela: Maduro ordena exercícios militares depois de ameaça de Trump

por RTP

O Presidente venezuelano ordenou esta segunda-feira exercícios militares em todo o país para os dias 26 e 27 de agosto, depois da ameaça de Donald Trump de uma possível intervenção militar no país.

“Dei ordem ao Estado Maior das Forças Armadas para preparar um exercício nacional, civil e militar de defesa total e armada da Pátria venezuelana”, anunciou Maduro.

Num comício em Caracas, Nicolás Maduro pediu aos venezuelanos para se prepararem para “defender a paz, com tanques, aviões, misseis”.

“Vamos vencer a ameaça militar do imperialismo norte-americano”, assegurou o chefe de Estado, confrontado com uma vaga de manifestações que já fizeram 125 mortos em quatro meses.

“Ninguém intimida o povo venezuelano”, lançou o Presidente.

A tensão entre Caracas e Washington aumentou quando o Presidente norte-americano agitou uma possível “opção militar” para resolver a crise na Venezuela, gerando críticas do Governo venezuelano, bem como de vários líderes da América Latina.
Pentágono não está a estudar opções militares
A administração norte-americana não pediu ao Pentágono para estudar o cenário de uma intervenção militar na Venezuela, mesmo depois do Presidente Donald Trump ter avançado com essa possibilidade, anunciou hoje um responsável da defesa.

“Se nos pedirem podemos apresentar opções militares, com a supervisão do Presidente. Mas não posso fazer especulações porque não nos pediram para apresentarmos opções”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Rob Manning.

Donal Trump disse na sexta-feira que os Estados Unidos estavam a estudar várias soluções “ que podiam passar por uma opção militar, caso fosse necessário”, para a Venezuela sair da crise política.

Entretanto, o ministro da Defesa venezuelano declarou hoje que a Força Armada Nacional Bolivariana não responde à “ameaça” militar dos Estados Unidos com comparações do poder de combate dos dois países, mas apelou ao “espírito nacional” para “defender a pátria”.

Numerosos países da América e da Europa condenaram, desde que, a 30 de julho, foi eleita a Assembleia Constituinte – entre protestos populares e o boicote da oposição –, a deriva totalitária do Governo chavista da Venezuela, tendo-se comprometido a não reconhecer as decisões por ela tomadas.

c/Lusa
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