Reportagem

Venezuela. Camiões saíram da Colômbia com Guaidó a bordo

por RTP

As tropas da Venezuela dispararam gás lacrimogéneo contra um grupo de pessoas junto à fronteira com a Colômbia. O governo de Nicolás Maduro mandou encerrar as fronteiras, numa altura em que a oposição se prepara para fazer chegar a ajuda humanitária a território venezuelano. A pressão aumenta nas localidades fronteiriças, em especial na Ponte Tienditas.

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22h00 - Camiões regressam à Colômbia
Quatro camiões que estavam bloqueados na Ponte Simão Bolívar deixaram o local e, pelo menos dois, regressaram ao armazém, na Colômbia, onde estiveram nos últimos dias. De acordo com a estação de televisão Aljazeera, o ambiente que se vive junto à fronteira é de tristeza e apreensão.

No entanto, no Twitter, o presidente interino sublinha as conquistas do dia.

20h40 - Número de deserções continua a subir
Pelo menos 23 elementos das forças de segurança da Venezuela, entre os quais 20 militares, desertaram, de acordo com o serviço de migração colombiana, com intuito "de fugir da ditadura de Nicolás Maduro".


20h20 -  "Queima de ajuda é crime contra a humanidade"
O autoproclamado presidente interino condenou no Twitter a destruição de veículos com ajuda humanitária, às mãos do exército venezuelano.


20h12 - Dois mortos em cidade junto ao Brasil
Duas pessoas morreram na sequência de confrontos com a polícia a propósito da ajuda humanitária, um dos quais um rapaz de 14 anos, avança a agência France-Presse. As mortes ocorreram na cidade de Santa Elena de Uairen, na Venezuela, a 15 quilómetros da fronteira com o município brasileiro de Pacaraima, no estado de Roraima.


20h00 - Guaidó e Paulo Rangel lamentam incêndio de camiões
Na rede social Twitter, o autoproclamado presidente interino dizia que era impossível travar a ajuda humanitária, apesar da tentativa de queimar um camião em Ureña.

Também o eurodeputado português dava conta que milhares de venezuelanos tentavam atravessar a ponte Tienditas.

19h05 - Forças militares venezuelanas incendeiam camiões
O jornalista da RTP Hélder Silva, que se encontra na Ponte Simão Bolívar, testemunhou que dois camiões foram incendiados e que os bens foram retirados para evitar que se perdessem.

Em Ureña, na Venezuela, o jornalista da Antena 1 Nuno Amaral testemunhou "uma enorme coluna de fumo negro" proveniente dos camiões.

As forças da Venezuela dispararam gás lacrimogéneo contra os voluntários que descarregavam ajuda dos camiões na Ponte Francisco de Paula, descreve o enviado da Antena 1.

Esta é uma das três pontes que a oposição espera cruzar para fazer chegar 14 camiões com alimentos e medicamentos à Venezuela.
A agência Reuters refere que também foram disparadas balas de borracha mas sem que se verificassem vítimas. O coordenador da ajuda humanitária, citado pelo jornalista Nuno Amaral, fala em três dezenas de feridos.

18h55 - Nicolás Maduro rompe relações com Governo da Colômbia
O presidente da Venezuela Nicolás Maduro discursa em Caracas, perante centenas de apoiantes.

Com recados para todos os lados, o Presidente da Venezuela cortou relações com a Colômbia, liderada por Ivan Duque. "Decidi romper as relações políticas e diplomáticas com o Governo fascista da Colômbia cujo embaixador e cônsul têm 24 horas para deixar a Venezuela. Fora, oligarcas!", declarou.

Maduro apelidou o líder da oposição na Venezuela de “marioneta vendida ao império” e criticou o autoproclamado Presidente interino Juan Guaidó, por não ter convocado ainda eleições presidenciais antecipadas no país.

"Onde está a convocatória, se têm um Presidente interino. Eu desafio-o a convocar eleições, para ver quem tem votos e quem ganha eleições neste país", acrescentou.

Segundo Nicolás Maduro, "as eleições deveriam ser hoje, porque assim o manda a Constituição", fazendo alusão à legislação venezuelana segundo a qual uma vez assumido o cargo o Presidente interino tem um mês para convocar eleições presidenciais.

O Presidente da Venezuela acusou Donald Trump de querer intervir na Venezuela por intereses económicos. Disse ainda que duas pessoas morreram após terem ingerido alimentos enviados pelos Estados Unidos.

O chefe do Governo venezuelano refere que os apoiantes do regime são a maioria.

18h50 - Juan Guaidó acusa Maduro de utilizar mulheres como escudo

18h30 - Camiões continuam no Brasil
Dois camiões com ajuda dos governos brasileiro e norte-americano ainda estão do lado brasileiro da fronteira com a Venezuela, em Pacaraima, avança a agência Lusa na sequência de declarações da deputada venezuelana Yuretzi Idrogo.

"Estamos aguardando para passar a ajuda humanitária. O povo precisa. Os venezuelanos estão precisando disso hoje", declarou à Lusa a deputada da oposição venezuelana.

Dezenas de venezuelanos aguardam na fronteira do Brasil com a Venezuela, à volta de dois camiões com bens alimentares e 'kits' de material médico e medicamentos.

Segundo a deputada Yuretzi Idrogo, os populares estão na linha divisória da fronteira a aguardar indicações de uma comissão de deputados que estão em Santa Elena Uairen a negociar com as autoridades venezuelanas a entrada dos camiões.

"Há pelo menos quatro bloqueios militares em Santa Elena e estamos a protestar aqui para passar com a ajuda", acrescentou.

18h15 -  Treze desertores
O número de militares desertores continua a crescer. A Agência France Presse avança que 11 militares, entre os quais um major das Forças Armadas, e dois polícias venezuelanos desertaram e atravessaram a ponte para Cúcuta, bloqueada por ordem do Governo de Nicolás Maduro. Os serviços de migração da Colômbia estão "em processo de realizar entrevistas" aos desertores.

Na rede social Twitter, o autoproclamado presidente interino acena com a amnistia para os soldados que abandonarem o Presidente Nicolás Maduro.

O aumento das deserções é um facto também confirmado pelo deputado português do Partido Popular Europeu Paulo Rangel, que está na Colômbia.


18h00 - Quatro camiões de ajuda tentam forçar a passagem
A agência France-Presse avança que quatro veículos com ajuda humanitária tentam forçar a passagem desde a Colômbia.
Na rede social Twitter, Juan Guaidó celebrava o facto de estarem em território venezuelano.

O presidente interino da Venezuela participou no arranque simbólico das viaturas, mas depois dirigiu-se, com o Presidente da Colômbia, para o edifício da Emigração na entrada da ponte, onde está o gabinete de crise improvisado. O eurodeputado Paulo Rangel também se encontra neste local.


17h08 - Novos confrontos junto à fronteira
O correspondente do El País dá conta que as forças de segurança da Venezuela estão a reprimir os partidários de Guaidó com gás lacrimogéneo que pretendem atravessar da Colômbia para a Venezuela pela Ponte Simão Bolívar.

Duas pessoas ficaram feridas na intervenção da polícia venezuelana, que impediu a entrada de centenas de manifestantes que queriam acompanhar os camiões com ajuda humanitária da cidade colombiana de Cúcuta até à Venezuela.

Centenas de civis estão concentrados esde manhã cedo junto à ponte fronteiriça e que responderam com arremesso de pedras.

17h00 - Corrente humana para fazer chegar ajuda
O conteúdo dos camiões com ajuda humanitária na Venezeula será descarregado na Ponte Simão Bolívar e serão transportados em "corrente humana" até à fronteira, revelou a agência de emigração colombiana, citada pela agência Reuters.

O exército venezeualano está a bloquear a entrada de ajuda, cumprindo ordens do Governo.

16h18 – Guaidó anuncia entrada de camião do Brasil
Um camião com ajuda humanitária passou do Brasil para a Venezuela, ao meio-dia deste sábado, revelou o autoproclamado presidente internino Juan Guaidó e o deputado da oposição venezuelana Miguel Pizarro.

A agência Reuters refere, contudo, que o veículo ainda não tinha passado pelo posto de controlo aduaneiro venezuelano.

15h46 – Guaidó partiu para a Venezuela
Os camiões de ajuda humanitária partiram do centro de armazenamento em Cúcuta, na Colômbia, em direção à Venezuela, com o autoproclamado presidente interino Juan Guaidó a bordo de um dos veículos.

"A ajuda humanitária vai a caminho da Venezuela", afirmava Guiadó pelas 15h35 em Lisboa (11h35 na Venezuela), minutos antes de subir a um camião com ajuda, numa cerimónia transmitida em direto pelas televisões. No entanto, pouco depois Guaidó fez uma paragem e dirigiu-se ao edifício da emigração.

O jornalista Nuno Amaral da Antena 1 acompanhou o momento.

Guaidó tinha garantido que as toneladas de medicamentos e alimentos, bloqueados ba Colômbia, iam dar entrada na Venezuela este sábado e que contava com a solidariedade de Estados vizinhos.

No entanto, a ponte na fronteira entre os dois países está bloqueada.


Em declarações aos jornalistas, Juan Guaidó afirmou que quem está ao seu lado, está "do lado certo da história".

O líder da oposição venezuelana e presidente da Assembleia Nacional, reconhecido pela maioria das nações ocidentais como líder legítimo da Venezuela, apelou aos militares venezuelanos que permitissem a passagem do comboio.

Ao lado de Guaidó, o presidente colombiano, Ivan Duque, afirmou que Nicolás Maduro seria responsável por qualquer violência. Minutos antes, Ivan Duque formalizou a entrega dos camiões com a ajuda humanitária.

15h45 - Gás lacrimogéneo
As tropas venezuelanas disparam gás lacrimogéneo aos ativistas da oposição que se preparam para receber a ajuda humanitária junto à fronteira com a Colômbia, depois de o Presidente em exercício Nicolás Maduro ter mandado encerrar as fronteiras.
https://twitter.com/i/status/1099280380241301504

15h16 – Quatro militares desertaram

Três militares atravessaram a Ponte Internacional Simón Bolívar em dois tanques e entregaram-se aos militares da Colômbia.

Um quarto militar atravessou a Ponte Santander que liga Ureña (Venezuela) a El Escobal (Colômbia).


O autoproclamado presidente interino da Venezuela considera que as deserções são justificadas.

15h15: Paulo Rangel impressionado
Em declarações à RTP, o eurodeputado Paulo Rangel declarou-se impressionado com “fluxo constante de pessoas” que cruzam a fronteira para a Colômbia. O deputado do Partido Popular Europeu considerou “indigna” a forma como as pessoas vivem na Venezuela e considera que “não há nenhuma razão” para que Nicolás Maduro insista no fecho das fronteiras, evitando a chegada de ajuda humanitária.


O eurodeputado partilhou na conta de Twitter que o autoproclamado interino considera que a comunidade portuguesa é determinante para o crescimento da Venezuela país, tendo-lhe agradecido o aoio de Portugal, numa declaração gravada em vídeo na cidade colombiana de Cúcuta.

"Quero agradecer a Portugal, agradecer à comunidade portuguesa, à comunidade luso-venezuelana que é determinante para o crescimento do nosso país. Obrigado Portugal, obrigado Europa", disse Guaidó ao eurodeputado português, em Cúcutar.

O vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) integra uma delegação de deputados desta família política do Parlamento Europeu. Chegaram na quinta-feira à Colômbia.


A luta pelo poder na Venezuela regista este sábado um momento crucuial. O autoproclamado presidente interino Juan Guaidó garantiu que, a partir de hoje, a ajuda humanitária internacionalJá o Governo da Venezuela anunciou que iria encerrar parcialmente a fronteira com a Colômbia perante "as ameaças" à sua soberania.

A vice-Presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmava no Twitter durante a madrugada que o Governo vai "fechar temporariamente" as pontes Simón Bolívar, Santander e Unión.

A medida surge depois do Presidente, Nicolás Maduro, ter encerrado a fronteira com o Brasil, onde confrontos entre o exército e uma comunidade indígena vitimaram pelo menos duas pessoas.

A entrada de ajuda humanitária, em particular dos bens fornecidos pelos Estados Unidos, na Venezuela tem sido um dos temas centrais nos últimos dias do braço-de-ferro entre o autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e Nicolás Maduro.

O Presidente Maduro tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país, contradizendo os mais recentes dados das Nações Unidas, que estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo ascende a 3,4 milhões.

Maduro considera a entrada da ajuda humanitária como o início de uma intervenção militar dos norte-americanos, que acusa de terem provocado a escassez através das sanções aplicadas ao país.