Venezuela. Santos Silva apela à realização de eleições livres

por Mário Aleixo - RTP
Augusto Santos Silva pede eleições livres na Venezuela rtp

A situação complicada na Venezuela já motivou uma reação do ministro português dos Negócios Estrangeiros. Augusto Santos Silva apela à realização de eleições livres e espera que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou".

"Apelamos para eleições livres, para que Maduro compreenda que o seu tempo acabou, porque não pode ignorar a vontade do povo e a Assembleia Nacional tem de ser respeitada", disse o ministro em declarações à agência Lusa.

Agusto Santos Silva afirmou ainda que Portugal subscreve "inteiramente" a declaração da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, "preparada entre Estados-membros", renovando o "apelo para que não haja violência e que seja plenamente respeitada a vontade inequivocamente manifestada hoje (quarta-feira) pelo povo venezuelano para a realização de eleições livres e justas".

Portugal, tal como a União Europeia, acompanha a situação na Venezuela ao minuto, pelo que, disse o ministro português dos Negócios Estrangeiros, "seguirão outras tomadas de posição".

O ministro frisou a importância de a Venezuela "realizar eleições livres e justas" e de "todos os poderes da Assembleia Nacional serem restaurados e respeitados".

Já antes o ministro tinha afirmado que "do ponto vista de Portugal, a preocupação é com a segurança da comunidade" portuguesa e lusodescendente naquele país. Lisboa não tem não tem notícia de que haja portugueses em perigo, mas "a situação é de preocupação".
União Europeia apoia Assembleia Nacional da Venezuela
Federica Mogherini, Alta Representante para a Política Externa da UE, afirmou na quarta-feira à noite que a UE "apoia plenamente" a Assembleia Nacional da Venezuela e pede a realização de "eleições livres e credíveis".

Em comunicado, Mogherini diz que "os poderes devem ser restaurados e respeitados". "Os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo os do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser reconhecidos e totalmente respeitados", frisa a responsável, sublinhando que o povo venezuelano pediu "maciçamente a democracia e a possibilidade de traçar livremente o seu próprio destino".

"E essas vozes não podem ser ignoradas", afirmou Mogherini.
Apoios internacionais a Guaidó
São já várias as reações ao anúncio desta quarta-feira por parte do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.  Juan Guaidó desafiou a autoridade de Nicolás Maduro e autoproclamou-se presidente interino da Venezuela.

Vários países mostraram apoio a Guaidó, mas também há nações, como refere o jornalista Mário Galego, do lado de Maduro.



Juan Guaidó, de 35 anos, assumiu há poucas semanas a presidência da assembleia nacional venezuelana.

Esta quarta-feira autoproclamou-se presidente interino do país. Juramento feito perante milhares de pessoas durante uma manifestação em Caracas.



Poucas horas depois do juramento de Juan Guaidó, Nicolás Maduro reagiu com o corte de relações com os Estados Unidos e deu um prazo para os diplomatas norte americanos deixarem o país.



Os Estados Unidos recusam acatar a ordem de Nicolás Maduro.

Em comunicado, o secretário de Estado da defesa diz que os Estados Unidos vão manter as relações com a Venezuela de mãos dadas com o governo interino de Guaidó.

Mike Pompeo vai mais longe ao dizer que Nicolás Maduro não tem autoridade para declarar como "persona non grata" os diplomatas norte americanos.

Os protestos das últimas horas na Venezuela já provocaram vários mortos

A agência France Press cita uma organização de direitos humanos na Venezuela para dizer que em dois dias de manifestações morreram 13 pessoas.
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