Violência contra profissionais do ramo da comunicação cresceu em 2018 no Brasil

por Lusa

A violência contra profissionais de meios de comunicação no Brasil aumentou em 2018, período em que foram mortos três jornalistas e registadas 114 agressões físicas ou verbais, informou a Associação Brasileira de Redes de Rádio e Televisão (Abert).

O aumento de 50% em relação a 2017 incorpora também a subida do número de homicídios, que passou de 1 para 3 entre 2017 e 2018, números que colocam o Brasil na lista dos mais perigosos do mundo para a prática da profissão, de acordo com a Abert.

Jefferson Pureza, Jairo Souza e Marlon Carvalho foram os locutores de rádio assassinados no ano passado depois de terem denunciado casos de corrupção ou criticado atividades de autoridades e políticos da região.

O presidente da Abert, Paulo Tonet Camargo, expressou a sua preocupação com o número de profissionais assassinados no Brasil, um número "muito elevado" a nível internacional.

"Se analisarmos que, ao longo do ano passado, 86 jornalistas foram mortos em todo o mundo, o número de três assassinatos no Brasil é muito elevado, considerando que o Brasil não é um país que vive na zona de conflito", disse.

O relatório anual da Abert sobre "violações da liberdade de expressão" indica ainda 114 casos relatados de violência não mortal.

De acordo com o relatório, os ataques físicos, que vão desde murros, pontapés a tiros com armas de fogo ou balas de borracha, são a principal forma de violência não letal.

A associação frisou que no ano passado, marcado pela paralisação dos camionistas no Brasil, a prisão do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelas eleições presidenciais e legislativas de outubro, manifestantes e militantes de partidos políticos foram os principais autores de atos violentos contra profissionais do ramo da comunicação.

 

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