Os presidentes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Petro Poroshenko, falaram de uma "troca de prisioneiros" entre os dois países durante uma conversa telefónica, anunciou hoje o Kremlin, em comunicado.
Os dois responsáveis políticos focaram "questões humanitárias, como a troca de pessoas detidas", durante a conversa, uma iniciativa da Ucrânia, referiu o Kremlin.
"Vladimir Putin sublinhou a necessidade de libertar sem demora os jornalistas russos presos na Ucrânia", segundo o mesmo comunicado.
É feita referência nomeadamente ao jornalista ucraniano-russo Kyrylo Vychynski, responsável na Ucrânia pela agência de notícias russa RIA Novosti, detido no final de maio, em Kiev, e acusado de "alta traição", um crime punível com 15 anos de prisão.
A presidência ucraniana indicou igualmente em comunicado que Petro Poroshenko "salientou a importância de uma libertação rápida dos prisioneiros políticos ucranianos detidos na Rússia e nos territórios ocupados", um termo usado por Kiev para designar a Crimeia anexada e leste da Ucrânia sob controlo separatista.
Petro Poroshenko referiu estar "inquieto" perante a deterioração da saúde dos prisioneiros ucranianos em greve de fome, nomeadamente o cineasta Oleg Sentsov.
Opositor à anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014, Oleg Sentsov foi condenado por "terrorismo" e "tráfico de armas" em agosto de 2015, cumpre uma pena de 20 anos numa prisão na Rússia e está em greve de fome há mais de três semanas.
Representantes dos direitos humanos dos dois países vão visitar "num futuro próximo" os prisioneiros nas prisões russas e ucranianas, segundo os dois comunicados.
Na quinta-feira, Vladimir Putin garantiu "não pensar" trocar "para já" Oleg Sentsov por Kyrylo Vychynski.
