Autarquias vão decidir sobre portagens

por Agência LUSA

O ministro das Obras Públicas, António Mexia, afirmou hoje que o Governo "só" lançou um debate sobre a introdução de portagens no acesso às grandes cidades, remetendo eventuais decisões concretas para as autoridades locais.

"A ser tomada", a medida aprovada quinta-feira em Conselho de Ministros "dependerá essencialmente de decisões dos responsáveis locais e das autoridades metropolitanas", frisou o ministro, que falava aos jornalistas à margem de um encontro com autarcas social-democratas do distrito do Porto.

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, classificou o pagamento de portagens no acesso às grandes cidades como "uma medida extrema".

Porém, para o ministro, "é uma ideia que tem de ser debatida, sempre no contexto da defesa dos residentes".

Sublinhando que "está em causa a qualidade de vida nas grandes cidades", lembrou que medidas deste tipo já foram tomadas em Londres, pelo que "não há razão nenhuma para não ser feita em Portugal".

"Mas mais uma vez, lembro que é uma decisão para quem gere as cidades", reiterou.

Em resposta a uma pergunta da Lusa, o ministro disse que a taxação da entrada de automóveis nas cidades e a abolição da circulação livre nas auto-estradas até aqui sem custos para o utilizador inserem-se "dentro do mesmo princípio".

"Embora dependam de entidades diferentes, as duas medidas convergem no objectivo de tornar a sociedade, mais eficiente, mais justa e com mais qualidade de vida", comentou.

Aos jornalistas, António Mexia negou atrasos nos planos para uma linha de TGV (comboio de alta velocidade), ligando Porto a Vigo, uma preocupação expressa pelo líder da Concelhia do PS/Porto, Nuno Cardoso.

"Não há atrasos. Todos os calendários que tinham sido estabelecidos na Figueira da Foz foram confirmados na cimeira de há uma mês", disse.

Questionado sobre o mesmo assunto, o líder da Distrital do PSD/Porto, Marco António, disse que a posição de Nuno Cardoso "insere-se na lógica político-partidária", no que tem a ver com a corrida à Câmara do Porto.

"Dentro da lógica de luta interna, é natural que o PS se vá continuar a desdobrar num conjunto de declarações alarmistas que depois não têm tradução no plano prático", comentou o dirigente distrital social-democrata que organizou o encontro de autarcas do seu partido com o ministro António Mexia.

Na reunião de hoje, que decorreu numa estalagem a norte do Porto, marcaram presença nove dos 11 presidentes de Câmara eleitos no distrito pelo PSD.

Entre os presentes, encontravam-se Rui Rio, da Câmara do Porto, e Luís Filipe Menezes, de Gaia, que não apareciam juntos em público há cerca de um ano, segundo fonte da Distrital do PSD/Porto.

António Mexia esteve nesta reunião, segundo o próprio, "sobretudo para ouvir" falar dos "grandes projectos em curso na região".

Por seu lado, o líder da Distrital do PSD/Porto descreveu a reunião como "uma conversa em roda livre" sobre questões estruturantes para o Norte de Portugal.

O encontro - acrescentou - inseriu-se na iniciativa social-democrata "Portugal, um país de novos horizontes", destinado a mostrar que o Governo "está a tratar dos assuntos que verdadeiramente interessam ao país".

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