A hora da Europa perceber

O Reino Unido já deixou claro o caminho que vai seguir no Brexit, por onde vai traçar a estratégia de uma nova economia global e que parceiros irá ligar numa ponte com os Estados Unidos e as potências asiáticas. A liderança desta Europa parece não ter percebido, deixando ameaças e admitindo um processo de saída mais complicado.

Bruxelas não consegue finalizar um bom acordo comercial com os EUA, Londres parece já ter o caminho aberto e Trump terá todo o interesse em pressionar os europeus, com as cartas a serem todas jogadas pelos americanos.


A Alemanha não consegue entender um novo cenário, com a Rússia mais forte, os EUA a quererem uma rápida recuperação económica e o cenário a ter profundas alterações com o papel da China. Os populismos não serão a única ameaça à desintegração desta União Europeia, tal como a conhecemos hoje. 

Sem uma solução equilibrada para a gestão das dívidas, que permita um crescimento mais homogéneo de todos, sem criar mais fraturas, sem o acesso a crédito por parte das empresas e dos estados em condições idênticas, sem uma mais justa distribuição da riqueza no espaço comum, o projeto de união estará condenado, deixando a condução política entregue a lideranças que nos levantam demasiadas dúvidas. 

A família política do PPE tem um crescente poder nas instituições europeias, com a comissão, o conselho e agora o parlamento, mas falta um rumo politico mobiliador do projeto europeu, mas solidário. O Brexit terá um fortíssimo impacto no velho continente, com os britânicos a poderem mostrar que há outro caminho, incentivando outras aventuras e fundamentando novos populismos. 

Temo que isto não seja nada claro para quem segue nesta altura ao leme desta união, demasiado desunida e o tempo está a contar…

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