As provas e uma gigantesca dúvida

Voltamos às histórias de espiões que acabam envenenados com um estranho químico, num local ainda pouco claro, mas que já azedaram as relações diplomáticas ente a Rússia e o Reino Unido, que já cativou apoios na Europa e nos EUA.

O caso ainda não foi completamente explicado e duvido que algum dia o seja. Estamos a falar de espiões e de serviços que são mesmo secretos, de ligações que ultrapassam largamente a nossa mais rica imaginação. Serguei Skripal é uma dessas figuras de mistério. Esteve preso na Rússia por passar segredos aos ingleses, acabou por ser trocado e procurava agora uma vida tranquila no Reino Unido.

Há várias teses para o possível envenenamento, mas o Reino Unido considera irrefutável a ligação de Moscovo a este crime, mas ficam imensas dúvidas, que a diplomacia Russa está a começar a explorar.

Nos meios mais cautelosos da diplomacia volta a recordar-se a cimeira das Lajes e as provas irrefutáveis de que o Iraque tinha mesmo um arsenal de armas que afinal ninguém conseguiu encontrar. A escalada assumida na altura impediu a clarividência de pensar numa solução para o dia seguinte à entrada dos americanos em Bagdade e ainda hoje sofremos os efeitos desse tremendo erro. O povo iraquiano lá continua a sofrer e ainda não encontrou de novo a paz.

Numa história com espiões, segredos, traições, vidas clandestinas e ligações perigosas, não será fácil juntar todas as pontas e encontrar a verdade. Será sempre nesse campo da dúvida que os que atacam Moscovo e a defessa Russa vão continuar a tratar um caso que traz de novo a imensa nuvem que deveria ter desaparecido no fim da guerra fria. Num mundo global cheio de meios para facilitar o diálogo, a conversa franca e produtiva é coisa que parece ser agora missão impossível.

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