É melhor não estragar

As duas coreias estão num momento de aproximação histórico. A conversa começa com o espírito olímpico mas está a alargar horizontes. Os Estados Unidos tentaram reclamar louros desta aproximação, que o Japão vê com grande desconfiança e a China sente como um alívio.

Se há efeitos práticos dos jogos da paz, todos esperamos que se manifestem nesta península, marcada por demasiados conflitos e um afastamento inaceitável. Eles falam a mesma língua, tem uma grande história em comum, famílias agora divididas que se querem abraçar, mas estão no meio de guerras e crises sempre alimentadas por outros estados.

Há gestos curiosos nesta conversa. Uma orquestra da Coreia do Norte vai tocar ao sul temas tradicionais e clássicos. As equipas para os jogos serão conjuntas e vão ter apoio de coreanos dos dois lados. A linha de telefone para as grandes crises voltou a ser ligada, os políticos conseguem conversar com um sorriso e as sugestões são aceitas sem crises na mesa de diálogo.

No xadrez internacional são muitos os que querem uma nova era de paz, mas há ainda alguns que não querem perder este pedaço do mundo para as suas guerras e desafios.

Este começo de ano, em plena era olímpica de inverno, poderá ter um perfume de primavera, mostrando que os homens com boa vontade podem sempre ultrapassar todas as desconfianças e falar.

Se a paz se fizer ali, os jogos olímpicos ganharão mais uma das mais importantes medalhas no seu caminho de aproximação dos povos.

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