Fica sempre melhor, se for bem pensado

Esta semana, pegando nos 60 anos da RTP, desafiámos três professores universitários a alinhar o Jornal 2. A ideia era acrescentar saber, outras visões, juntando o conhecimento da academia com a nossa experiencia diária na busca de novas abordagens para a informação. A experiência foi surpreendente e as grandes linhas diferenciadoras para o Jornal surgiram nessa conversa participada, às camadas.

Gosto de partilhar as certezas e as muitas dúvidas com equipas criativas. O produto final é sempre melhor e envolvemos todos na ideia e na construção do produto. 


Os dias de hoje no Jornalismo são demasiado miméticos, com agendas demasiado coladas, mergulhando o setor em mais um crise. Até os produtos mais populares enfrentam uma realidade de contas demasiado curtas, optando por despedir novamente jornalistas. Não sei qual é o futuro do jornalismo e dos jornais, mas sei que no presente só vai vingar quem se afirmar claramente com uma marca própria, distintiva, credível e capaz de atrair parceiros de prestígio. O crime, o sensacionalismo pouco rigoroso, a repetição do modelo do canal ao lado, estão a ser fatais.

Olhando para as receitas publicitárias desses modelos, que pareciam condenados a um grande sucesso, percebemos claramente isso. Quem procura informação tem um alargadíssimo leque de escolhas, em diversas plataformas e acaba por se afastar dos modelos pouco rigorosos, que vivem apenas do fogacho do imediato. A credibilidade, o rigor, a capacidade de enquadramento dos factos, acrescentando valor, com um fortíssimo fator surpresa, são fundamentais para se conseguir ter notoriedade num meio cheio de desafios e mergulhado num oceano de dúvidas. Está na nossa mão segurar o leme num rumo mais arrojado, vencendo a tempestade com sucesso e procurando novos horizonte para o Jornalismo, que continua a ser o pilar que resiste num mundo cheio de novas ameaças.

A RTP marca a festa dos 60 anos com debate, abertura de portas para trazer o país para a “casa da rádio e da televisão”. Temos que saber ouvir e começar a falar mais ao ouvido destes portugueses que nos continuam a considerar uma marca de credibilidade e rigor. É essa a nossa missão e o desafio do momento.

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