Esta semana estive num debate sobre a gestão das cidades, onde a mudança nas nossas formas de produzir e consumir energia voltaram a ser um dos temas centrais. Portugal tem um belo caminho nas energias renováveis, mas fica sempre a ideia de que é uma opção cara e ainda pouco segura. Será mesmo?
Temos sol, vento, água, mar, empresas com soluções, belos projetos a apontar como exemplo, números a confirmar que é viável pensar num país muito menos dependente do petróleo e do carvão, vontade política em vários elementos do poder central e local. Voltou o investimento na rede de carregamento para o carro elétrico, que já deveria ser uma das marcas de um país que imaginou ser pioneiro na alteração da mobilidade, nascem projetos para ter nas autarquias esta opção, até na recolha de lixo e limpeza de vias, mas ainda falta a produção de energia completamente democratizada.
Empresas, como a RTP, estão a aproveitar os parques de estacionamento e os telhados para investir na produção elétrica, mas ainda é necessário um grande investimento inicial que não está ao alcance de todos. Uma política idêntica à seguida com os painéis para aquecimento de águas, mas aplicada agora ao fotovoltaico, teria um resultado forte no impulso a esta mudança de paradigma.
Mas mudar o paradigma, implica olhar para a produção e consumo de energia de outra forma, como bens sociais, desligando a fortíssima lógica de negócio que domina por completo o mercado e isso não é coisa fácil.