O barulhão à volta dos fogos

Estamos a chegar ao verão, ainda com tantos fantasmas à volta da floresta que esteve sempre no debate político durante este chuvoso inverno. Na Proteção Civil, na nova Proteção Civil, percebemos que há muito trabalho já feito, em silêncio como sempre acontece nas operações lideradas por António Paixão.

Ele foi um dos criadores dos GIPS da GNR e um meticuloso planificador que tem agora um poder muito reforçado com a urgência da mudança na forma como se previnem e combatem fogos em Portugal.

Ontem, na RTP, Tiago Oliveira, o homem que tem a missão de liderar esta mudança, foi bem claro. O caminho é mesmo a profissionalização, com uma outra organização da floresta, uma grande atenção à prevenção e um combate mais inteligente.

Mudar tudo isto, mudando também os grandes negócios no aluguer de meios aéreos e a venda de equipamentos para o combate, é mexer em negócios de milhões que vão tentar de tudo para manter a escandalosa influência que hoje fica bem clara.

Parece óbvio que a força aérea terá que assumir mesmo o comando e ter grande parte dos meios aéreos, que os GIPS da GNR e a Força Especial de Bombeiros estarão na liderança da manobra no combate na primeira intervenção, com as equipas profissionais de bombeiros e os sapadores florestais, deixando aos bombeiros a tarefa de proteção direta das populações e a defesa das muitas aldeias literalmente no meio da floresta.

Não será um verão fácil, teremos muitas notícias de falhas e de supostas falhas.

Será também o desafio para os jornalistas e para o jornalismo que terá que ser mais rigoroso e atento que nunca, para que a mudança seja mesmo efectiva e nunca mais se repita o verão passado.

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