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O real e o virtual em que às vezes acreditamos

Lisboa centra atenções na Web Summit e nas novas ideias de negócio, protagonizadas por uma nova geração que já nasceu com as pontas dos dedos à dimensão de um qualquer teclado. É uma mudança que vamos seguindo e que se desenvolve num mundo que nos parece virtual.

Nestes dias sabemos que é possível na América eleger um presidente com os votos de quem se fartou das dinastias de políticos que pouco ou nada cumprem daquilo com que iludem os eleitores, numa realidade virtual que nunca chega ao real. O fenómeno Trump neste mundo das tecnologias não deixa de ser um gigantesco ponto de interrogação.

Na Web Summit vivemos numa era de globalização, onde tudo chega rápido e onde não há fronteiras nem muros. Na América venceu a ideologia de um país mais só, fechado aos seus, com mais oportunidades para quem lá está.

Na Summit de Lisboa está uma nova geração, com mais conhecimento, uma outra cultura, que acaba por ser governada pelos valores tradicionais e conservadores destas lideranças emergentes, na América, no Reino Unido e com forte probabilidade em França. Quem irá vencer este confronto de paradigmas, com tão diferentes realidades?

Será que a geração web não entra na política e não será obreira de um outro mundo, com mais conhecimento e um respeito pela cultura de todos? Ou esta nova vaga, da mais qualificada juventude, se manterá fora da política tradicional embarcando na ideia “virtual” de que nascerá um outro sistema, uma outra forma de nos governarmos, que dispensa muito da demagogia e do “virtual” que rodeia quem nos promete uma realidade que poucas vezes acontece.

Trump é um sinal da descrença nos modelos tradicionais, a opção radical pelos que têm realmente capacidade de fazer implodir o sistema. O que não conseguimos adivinhar é onde isto nos pode levar e isso é que é verdadeiramente assustador.

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