Os "doutores" dos fogos

Está a instalada a polémica na Proteção Civil por causa da forma como alguns dos comandantes conseguiram a obrigatória licenciatura para acederem ao lugar. Defendo sempre a transparência e acho uma vergonha inqualificável alguém recorrer a formas menos claras para obter um grau académico, que deverá implicar sempre trabalho, estudo e mérito. Mas não é apenas essa a questão.

Os comandantes poderiam ser licenciados em produção de agriões, ou na difícil problemática dos mosquitos do Alasca. Com essas licenciaturas estariam dentro da lei e poderia sem comandantes da Proteção Civil. 


Basta ser doutor em qualquer coisa para se comandar o combate a fogos. Tem é que se ser doutor e convém que legalmente. É uma exigência estapafúrdia numa área onde a formação é permanente e onde conseguir uma base académica cá implica estar a aprender com os que fizeram todo um imenso saber de experiencias feito. 

Cá andamos entretidos a debater a questão das licenciaturas, tivemos a demissão do comandante nacional por causa do "canudo", sem percebermos que precisamos é de pessoas competentes no topo desta estrutura que tem mesmo que ser reformada, profissionalizada e digo eu, militarizada na orgânica, ação, treino e disciplina. 

O problema não é dos diplomas, é mesmo da competência e da forma como se organiza este país, há demasiados anos, na missão impossível de apagar fogos numa floresta caótica. 

Claro que a forma como se consegue um curso é coisa séria, que nos deve inquietar, mas há coisas muito mais importantes para pensar e resolver, depois do verão de tragédia que tivemos. 

Não precisamos de "doutores" precisamos sim de senhores que saibam bem o que fazer para mudar mesmo a forma como temos olhados para os problemas da floresta.

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