Pensar no Vidago Palace

A RTP e a TV da Galiza estão a estrear uma fantástica serie de época rodada dos dois lados da fronteira, com uma cooperação Portugal Galiza que pode até parecer improvável.

O Henrique Oliveira da HOP já nos surpreendeu com mil e uma boas ideias e séries, como Major Alvega, que deveriam ser a prova de que temos capacidade para fazer produtos de televisão para além da mimética novela e muitos dos seus derivados. 


A TV Galiza já entrou neste campo, olhando para temas da região e construindo séries de inegável qualidade. Duas delas já passaram na nossa RTP2, com um sucesso assinalável. É uma televisão regional, com uma fortíssima implantação, que tem sabido conquistar públicos e financiamentos com novos produtos e um rumo muito bem definido, mesmo estando num mercado tão competitivo como o espanhol. 

Este encontro em Vidago já deu que pensar ao Henrique, como ele confessou ontem no Jornal 2, deixando a pergunta de sempre; por que não seguimos cá uma linha diferenciadora, mais vincada nas nossas produções, procurando na história a inspiração para um outro modelo de conteúdos? 

Dirão que já o fizemos e podemos apontar uma boa mão cheia de exemplos até recentes, mas acho que tem faltado uma linha mais condutora nesta filosofia. No Centro de Produção do Norte da RTP a Academia procura novos valores no guionismo e na escrita mais criativa de modelos para a nova era da televisão e das outras plataformas. Deixem que me atreva a defender que se siga aqui no Porto um caminho diferenciador na produção de conteúdos, especializando também este centro de produção em formatos como este onde está envolvida a TV da Galiza e uma criativa produtora portuguesa. 

Uma ligação próxima com os privados, procurando novas parcerias com o público e outras televisões, dentro de um serviço público de televisão de excelência. Já se fizeram no Porto inúmeros conteúdos nesta linha, mas isso foi quase “No Tempo dos Afonsinhos”, mas olhando para Vidago, acho que seria uma boa altura para se voltar pelo menos a pensar nisto.

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