Sem entender o evidente

Vivemos em Portugal dias de seca extrema sem saber como resolver o problema, depois de um verão terrível, com as consequências que sabemos. Na Europa central o inverno chegou com fortes tempestades e o mesmo poderá acontecer por cá, já nos próximos dias. Em África, na Ásia e na América são dramáticos os efeitos da desregulação do clima. Trump sentiu isso, mas não percebeu.

A revista Time publica esta semana um dossier onde se percebe a força dos negócios e os crimes que se continuam a cometer nos Estados Unidos, seguindo o caminho que nos levou já a tantas tragédias. Na Agência de Proteção Ambiental foi colocado um hábil advogado que tem estado a reverter toda a política de Obama, aconselhado pelas poderosas indústrias do carvão e do petróleo, desinvestindo nas renováveis e nas medidas de contenção do aquecimento global.

Os dólares são um forte argumento para Scott Pruitt e para esta equipa da Casa Branca e o estado do planeta é coisa nada importante perante os gigantescos negócios desta indústria poluente.

A Time faz um levantamento das reuniões deste discreto advogado e percebe-se claramente quem ele ouve e quem dita a continuação deste rumo de loucura. Os movimentos de sociedade civil crescem na América, com uma forte indignação com o que está a acontecer neste e noutros capítulos desta administração, mas falta ainda uma forte consciência global para se conseguir verdadeiramente travar esta loucura.

Só temos este planeta para viver e até neste verde Portugal se pergunta hoje se amanhã teremos água potável em todas as regiões.

Para além desse olhar corajoso para a reforma da floresta e do sistema de prevenção e combate aos fogos, os efeitos de tudo o que estamos a fazer ao planeta começam a comprometer a nossa capacidade de reverter tudo isto deixando pertinente aquela terrível dúvida: por quanto tempo vamos continuar a conseguir viver aqui?

pub