Seremos capazes?

O desafio é gigantesco, mas nenhum de nós poderá ficar bem com a sua consciência se não der um contributo, por pequeno que seja, para se mudar o paradigma da nossa floresta.

O debate tem andado à volta da necessidade de limpar as zonas básicas de segurança, em redor de casas, aldeias, estradas e autoestradas. Sabemos que é uma tarefa dura, mas não é impossível.

Somos os mesmos que nos indignámos com a falta de ação de governos e particulares que levou ao que nos aconteceu a todos no último verão. Saindo das grandes cidades percebemos que a tarefa de limpar estas zonas está a ser bem levada a peito e que uma boa parte do trabalho já está feito, mas todos podemos ajudar no que falta.

Mais que conversa, reivindicações para se saber quem vai pagar as contas, esta é a hora de se prevenir verdadeiramente e esta limpeza é apenas mais um passo. O problema dos fogos em Portugal não está apenas no combate. Temos que evitar que eles não aconteçam e isso depende efetivamente de todos.

A mudança tem que começar logo na escola e ter em cada casa um forte incentivo. Com as visíveis alterações no clima, a reflorestação e a preservação do que ainda não ardeu tem um papel fulcral no desenho do que será o futuro deste país, que corre o risco de ter uma boa parte do seu território completamente desertificado.

As aulas que muitos meninos estão a ter na floresta, plantando e cuidado de um património de todos, são um passo tão importante para se voltar a olhar para um dos nossos grandes recursos de uma forma muito mais atenta.

Este é apenas o começo de um caminho onde não há nenhuma margem para desvios. O preço das asneiras e omissões dos últimos quarenta anos é demasiado elevado para se voltar a parar esta mudança onde temos que continuar a estar todos verdadeiramente empenhados.

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