Dopar. A verdade?

Diz-se que o doping é uma peste. E, ironia, todos lamentamos que ainda não se tenha encontrado remédio para a doença. Cheguei ao tema na década de 90. A culpa foi da batota no ciclismo, que se tornou pública. Desde aí que o sigo e lhe descubro ângulos interessantes.

E é assim que me aflijo mais do que me entusiasmo com o coeficiente de dificuldade dos desafios que o Homem coloca aos seus pares e alter egos desportistas, que exige puros: Montanhas sobre montanhas sem descanso. Jogos sobre jogos e viagens.

Hipermaratonas na natureza. No deserto ou na selva. Pesos e mais pesos. E o homem responde. Inacreditavelmente, aguenta. Supera. Vence a montanha e não perde o ar. Vence o torneio de pré época, a Liga, a taça dela e da outra, a Champions, América e Europa, Mundiais ou Europeus, os particulares e oficiais das equipas de todos. Trail(a) e treina como se não houvesse amanhã nem remédio. Encontra o Hulk que há em si nos halteres sem sair do seu próprio bairro. Revela músculos em qualquer cave low cost lá da rua. 

Qualquer dia, a nossa espécie, tão rapidamente rápida está a ficar, já envergonha a velocidade da Cheeta nos 100 metros! Ainda nos nascem asas, querem ver?! 

Felizmente, os milhões que investimos na investigação do doping ajudam a tranquilizar-nos. Na maioria dos casos, na esmagadora maioria dos resultados - sobretudo nas modalidades mais praticadas - à proporção, poucos sinais de batota são encontrados. 

E assim presumo, sereno, que o Mundo da verdade desportiva melhorou desde que apanharam o Armstrong. Na altura, cheguei a temer o pior, quando percebi que o mais controlado atleta do Mundo de sempre, em qualquer modalidade - ele - só foi apanhado por uma denúncia de outro batoteiro. Nunca uma análise lhe encontrou coisa alguma enquanto correu. Uff. Felizmente, esse problema está morto e enterrado. Tenho a certeza. 

Senão tinha havido uma revolução no combate, em nome da ética e da verdade que amamos acima de tudo. Não tinha?

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