Dono de inestimável grandeza no seu Humanismo, não consta que Ghandi fosse grande coisa no domínio do esférico. A Von Braun, admito, talvez se pudesse pedir a Lua, dificilmente que fosse grande no futebol de rua. E se pensar em Einstein, o suprassumo teórico da relatividade, dificilmente não lhe relativizaria a capacidade de jogar forte de cabeça. Em qualquer dos casos, se o fizesse, o mínimo que diriam de mim é :“este tipo não está bom da bola”.
É por estas e por outras que me espanta a quantidade de predicados cobrados nos últimos dias, entre ira e sobressaltos, a Cristiano Ronaldo.
Sim, em boa verdade… a culpa é do Ronaldo. Quem o mandou, naquele dia, limpar a Suécia e rebentar com a porta do Mundial do Brasil para nos fazer entrar, quando já estávamos quase a fazer zapping? Quem o mandou ser Rei de Espanha, dos goleadores, da Champions, da Irina, dos patrocínios, da Madeira e Porto Santo…
Ao melhor do Mundo da bola, não consigo entender porquê, exige-se sem rebuço (buço ainda menos!) que seja o dono do melhor gesto em qualquer instante, do mais solidário encanto em qualquer recanto, o exemplo maior no estar, no vestir e no falar…