Nem Mexit nem Brexit

Nunca gostei do absolutismo, sobretudo do das verdades. Adoro descobrir dúvidas, sobretudo aquelas que teimosamente se alojam num perentório. Porque o corte no tempo para pensar, tem feito por mostrar os méritos de duvidar. Porque descobrir é mais divertido do que comprar feito. Porque o espírito de contradição pode, cada vez mais, matar o abandono do contraditório.

À medida que a primeira cafeína do dia me ia desembotando, esta manhã, fi-lo por passatempo, enquanto o noticiário me ia fornecendo motes:


- PP ganhou, pela segunda vez consecutiva, as eleições espanholas.
“O tanas! Se as eleições se fazem para decidir quem governa e andam há meses sem governo, como Podemos afirmar que ganhou?”

- Messi abandona a seleção Argentina.
“Hum… Talvez. Se eu me esquecer dos casos do Figo ou do Tiago, talvez acredite nessa. Ver para querer não é ver para crer”

- A Inglaterra abandona a União Europeia
“Esta é mesmo para rir. É verdade que estiveram em união de facto. Que no referendo até ganhou o sai. Mas têm 2 anos para decidir puxar o gatilho e nos últimos dias ainda não se lhes viu a mínima vontade. Nem aquele senhor do cabelo esquisito, que parece primo direito do Trump.”

Não tive mais tempo. O café marchou rápido. 

Sob ameaça, por falta de tempo para as digerir, ficam-me um monte de certezas:

O Ronaldo não precisa dos azares do Messi para ser melhor.

Na seleção, o verde e o vermelho não são de Sporting nem de Benfica.

Os argentinos não precisam do Euro para ter um peso na alma.

Os ingleses permanecem no Euro e vão – ironicamente – bater-se galhardamente pelo FICAMOS com a Islândia, essa assassina de crises bancárias. Não foi a Inglaterra: foi a Croácia quem deixou o Euro.

Ontem, Portugal foi campeão do Mundo.
De Maratona, em BTT. Obrigado, Tiago Ferreira!

Ontem, Portugal foi campeão Europeu. Duas vezes.
A Culpa não foi do Ronaldo. Foi do Fernando Pimenta.

pub