Perante os factos, ganhei o hábito de dizer que o pior dos cortes dos últimos tempos foi o que tivemos no tempo para pensar. E quando temos cada vez mais vontade e meios para comunicar à pressa, isso nota-se particularmente. Entra o sujo e não sai a nódoa, porque o impulso esgana demasiadas vezes a objectividade, a gana engana a legitimidade de escrever BEM.
Esta é uma crónica para redes sociais.
Vai nascer e morrer nela. Acabo de a escrever e publicar depressa no meu
smartphone. Imediatismo de pensamento e tecnologia.
Ironicamente, ainda não há
tradução portuguesa para smartphone. A língua ainda pondera como o vai baptizar
e já tomamos este recurso por esperto, às vezes mais que o dono. Vezes demais?
Como se coubesse ao meio que usamos a esperteza - inteligência, sabedoria,
conhecimento - que investimos no acto de o usar.
Tantas vezes me irrito, comigo
e com os outros, quando penso que o smartphone será sempre dado como tal -
Smart - enquanto, por vezes, lhe embruteço o uso...
Ele
permite que hoje, o viral seja tão ou mais cotado que a verdade, a
sensibilidade, a noção do ridículo. Querem um exemplo concreto? Eu dou.