Quem sabe, a verdade Sara, Moreira

Perante os factos, ganhei o hábito de dizer que o pior dos cortes dos últimos tempos foi o que tivemos no tempo para pensar. E quando temos cada vez mais vontade e meios para comunicar à pressa, isso nota-se particularmente. Entra o sujo e não sai a nódoa, porque o impulso esgana demasiadas vezes a objectividade, a gana engana a legitimidade de escrever BEM.

Esta é uma crónica para redes sociais. Vai nascer e morrer nela. Acabo de a escrever e publicar depressa no meu smartphone. Imediatismo de pensamento e tecnologia.

Ironicamente, ainda não há tradução portuguesa para smartphone. A língua ainda pondera como o vai baptizar e já tomamos este recurso por esperto, às vezes mais que o dono. Vezes demais? Como se coubesse ao meio que usamos a esperteza - inteligência, sabedoria, conhecimento - que investimos no acto de o usar.

Tantas vezes me irrito, comigo e com os outros, quando penso que o smartphone será sempre dado como tal - Smart - enquanto, por vezes, lhe embruteço o uso... Ele permite que hoje, o viral seja tão ou mais cotado que a verdade, a sensibilidade, a noção do ridículo. Querem um exemplo concreto? Eu dou.


Agradeci à Sara Moreira cada alegria que já me deu como soberba atleta que é. Estou pronto a fazer o mesmo nas seguintes. A camisola que veste é, para mim e neste contexto, apenas uma cobertura sobre um fabuloso conteúdo. A cor da camisola que veste nunca me impedirá de ter mais vontade de a abraçar do que a enxovalhar quando corta uma meta. Vencendo ou não,  porque dá tudo o que tem para dar. Chorando de alegria por um sucesso ou de frustração por se ter enganado na meta de um campeonato qualquer, nacional ou mundial. 

Tenho a sorte de a ter. A ela e à vontade de a ver brilhar. Até nas redes sociais, onde nasceu imediatamente o mote da crónica, que nelas morrerá imediatamente a seguir.     

pub