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As duas faces do futebol português

As seleções nacionais representam o que de melhor tem o futebol português. Qualidade, rigor, profissionalismo, planeamento, ambição e futuro: são tudo palavras que existem nesse campo de excelência que é hoje a Federação Portuguesa de Futebol. Na semana em que a equipa campeã da Europa goleou a Letónia por 4-1, em mais um capítulo da fase de apuramento para o mundial da Rússia, onde a equipa de Fernando Santos vai seguramente estar, os resultados de um ano de 2016 absolutamente incrível comprovam objetivamente o que está a ser feito na “Cidade do Futebol”, em Oeiras.

Já aqui o escrevi uma vez que a FPF é, atualmente, uma máquina de fazer dinheiro e porque o dinheiro puxa dinheiro, como se costuma dizer, as últimas contratações para o marketing e para o setor comercial da entidade que gere o futebol luso vem provar que há ainda muito por fazer e para crescer e que ninguém está satisfeito com o que foi conseguido até agora. O que é ótimo. 


Nesta mesma semana em que Ronaldo, Wiliam Carvalho e Bruno Alves fechavam com mais uma vitória o ano civil que vai ser recordado para sempre na história do nosso futebol, a equipa de sub-21 preparou o europeu do ano que vem, em dois jogos que nos mostraram uma qualidade que nos deixa com água na boca. Os sub-19 conseguiram passar à fase seguinte do europeu apesar das dificuldades, enquanto as meninas ficaram a conhecer com quem vão jogar na sua primeira experiência num campeonato da Europa de seniores. E há ainda os sub-20 que estão a preparar o mundial da Coreia do Sul.

Na mesma altura em que tudo isto é uma realidade indesmentível, que acontece à frente dos nossos olhos, há uma outra, mais rasteira e tenebrosa, que não interessa a ninguém e que também nos ocupa o tempo e a paciência. Trata-se de uma realidade povoada de confusão, de trocas de insultos, de tentativas de agressão, de atitudes que deviam andar longe desta indústria porque é disto que estamos a falar. 

E porque é disto que se trata, a única coisa que desejo é a de que tudo seja resolvido pelas entidades disciplinares competentes de forma muito rápida e que sejam aplicados, se for caso disso, os castigos que estão previstos nos regulamentos. A justiça deve ser aplicada em tempo útil porque, caso contrário, não é justiça. Que os juízes do Conselho de Disciplina da FPF não esperem pelo fim do campeonato para castigarem quem o merece se assim o entenderem. E que não olhem aos nomes e aos clubes envolvidos. 

Convenhamos que depois de termos visto as imagens do túnel de Alvalade percebemos que há atitudes que não têm justificação – por nada deste mundo – e que não podem ficar sem castigo, mas o melhor é esperar para ver o que vai acontecer.

Da mesma forma que o que se tem vindo a passar num dos campeonatos da Associação de Futebol do Porto também deveria merecer uma atenção redobrada de quem tem responsabilidades no futebol português. Há doze equipas que preferem faltar aos jogos do que defrontarem o líder do campeonato. Até parecem os piratas dos livros do Asterix que preferiam afundar o barco a defrontarem os gauleses. Não fosse trágico e até que dava vontade de rir.

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