Chegar aos quartos-de-final

Ao longo dos próximos dias, as atenções do futebol mundial vão estar viradas para França e para a realização de mais uma edição do Campeonato da Europa de Futebol – Euro 2016 – onde a seleção nacional vai estar pela sexta vez consecutiva. A equipa das quinas não falha um europeu desde 1996, já lá vão vinte anos.

A Seleção Nacional, agora comandada por Fernando Santos, tem vindo a assumir que não é uma das favoritas à conquista do título final mas que pretende estar na discussão. Confesso que gosto desta abordagem muito mais interessante do que a abordagem feita pelo anterior selecionador, Paulo Bento, cujo objetivo principal era passar a fase de grupos. Bem vistas as coisas, ambos os treinadores dizem o mesmo porque sem passar a fase de grupos não se consegue chegar a lado nenhum. Mas uma coisa é certa, a passagem à fase seguinte terá de ser o patamar mínimo exigível a uma equipa como a portuguesa, até porque, no seu grupo terá pela frente, na primeira fase, as equipas da Áustria, Islândia e Hungria que, nesta altura, representam uma espécie de segunda divisão do futebol europeu, ao contrário da equipa nacional que, fruto da sua qualidade e prestação, ocupa uma das posições cimeiras do futebol do velho continente e conta com um dos melhores jogadores do Mundo como é Cristiano Ronaldo. Ficar pelo caminho na primeira fase é, para mim, algo impensável, tanto mais que até o terceiro classificado do grupo pode seguir para os oitavos de final.

Sem poder contar com Danny, Fábio Coentrão e Bernardo Silva, todos eles por lesão, e Tiago que só no mês passado regressou aos treinos depois de longa ausência também por lesão, a convocatória de Fernando Santos não trouxe novidades de relevância. Acho que quase todos os analistas, desta vez, acertaram no lote dos 23 jogadores. Talvez a chamada de Renato Sanches tenha sido a principal nota de destaque, embora ache que faria mais falta à seleção Olímpica do que à seleção principal. No entanto, o facto de os Jogos Olímpicos não serem considerados data FIFA – os clubes só cedem os jogadores se quiserem – evitou seguramente um conflito desnecessário com o Bayern de Munique que depois de investir trinta e cinco milhões de euros num jovem de dezoito anos quererá por certo que ele inicie a temporada com os seus novos colegas.

Para a seleção portuguesa ultrapassar a fase de grupos será o patamar mínimo que marcará a diferença entre o sucesso e o insucesso. Não partilho da opinião dos jogadores e treinador que Portugal vai andar na discussão do título final porque nos faltam dois jogadores de grande qualidade para duas posições que possam tornar a nossa equipa numa grande equipa. Falta-nos um ponta de lança e um defesa-esquerdo. Os que temos são apenas sofríveis e, em boa verdade, Cristiano Ronaldo não poderá fazer tudo, embora se espere sempre muito do capitão. Mesmo assim, acredito que a seleção de todos nós, como se dizia antigamente, tem tudo para chegar aos quartos-de-final da competição. Tudo o resto, se for conquistado, será ótimo.

Em minha opinião, os favoritos à vitória final serão os de sempre com a Alemanha, o campeão do Mundo em título à frente de todos os restantes. A equipa continua bem dentro do prazo de validade. A França que joga em casa onde venceu o Europeu de 1984 e o Mundial de 1998 e que dispõe de um conjunto fantástico de jogadores. A Inglaterra, a pátria do futebol, de quem se espera sempre mais e melhor. E, por fim, a Espanha, campeã da Europa em título e a Itália que faz sempre muito boas fases finais destas grandes competições. Já agora tenho alguma expetativa para ver o que faz a Bélgica, uma equipa cheia de qualidade e de gente jovem.

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