A ministra das Finanças capitalizou na última noite um encontro com militantes do PSD em Oliveira de Azeméis para ensaiar um tom de campanha e renovar a profissão de fé nas previsões da proposta de Orçamento do Estado para 2015. “Não são otimistas demais”, lançou Maria Luís Albuquerque, que foi mesmo ao ponto de antecipar “surpresas positivas”.
A proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, continuou Maria Luís Albuquerque, “dá aos portugueses uma perspectiva de um futuro que começa a ser melhor, em que temos crescimento”.
“Saímos da recessão, tivemos um ano de 2014 de crescimento e teremos um ano de 2105 de maior crescimento, que significa recuperação para todos”, acenou a ministra, para repetir a tese de que o Orçamento para 2016 poderá ser ainda mais positivo, desde que o país permaneça vinculado à consolidação.
“Saudades da troika”
As despesas do ataque ao PS ficaram para o líder parlamentar social-democrata. Luís Montenegro interveio na antecâmara do discurso de Albuquerque. Para sustentar que o Executivo “tem falhado muitas vezes” em matéria de previsões, “mas a favor do país e do desempenho do país”.
O dirigente do PSD apontou, depois, baterias aos socialistas: “A troika perspetiva para o próximo ano um quadro mais negativo do que aquilo que nós estimamos no Orçamento e, pasme-se, a nossa oposição e o PS, em particular, viera dizer para ouvir a troika”.
O Partido Socialista, carregou Montenegro, aparenta estar “com saudades da troika e “revela arrogância e fraqueza”, ao excluir compromissos. Uma acusação que havia já sido desferida na noite de sexta-feira pelo primeiro-ministro e que mereceu resposta de António Costa: o sucessor de António José Seguro convidava ontem um PSD e um CDS-PP “cansados de serem Governo” a transitarem para a oposição.
Ainda segundo Luís Montenegro, os socialistas teriam de perceber que “não perdem as eleições por fazer acordos ou compromissos com as questões essenciais”.
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