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Ciclismo/Mundiais: Van Aert e Van der Poel querem o arco-íris de Alaphilippe

por Lusa

O duelo entre os ‘fenómenos’ Wout van Aert (Bélgica) e Mathieu van der Poel (Países Baixos) pelo arco-íris encerra, no domingo, o centenário dos Mundiais de ciclismo de estrada, naquele que é o momento mais esperado da Flandres2021.

Com Van der Poel recuperado de uma lesão nas costas contraída nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, os olhos estarão postos este domingo no seu duelo (mais um) com Wout van Aert, que, a correr ‘em casa’, na Flandres, quererá ‘vingar’ o segundo lugar na prova de contrarrelógio no último domingo.

Os dois rivais são a principal 'atração' de uma centenária corrida que homenageia 100 anos de ciclismo precisamente num dos seus destinos mais míticos, o traçado de empedrado e subidas curtas e duras da Flandres, terra de clássicas e grande tradição velocipédica.

A completar o triunvirato de nomes óbvios para a discussão da corrida está o incumbente, Julian Alaphilippe, que teve um ano menos fulgurante mas terá a seleção francesa em torno de si.

O novo ‘round’ coloca o belga, prata na prova de fundo em Tóquio2020 e no ‘crono’ destes Mundiais, entre inúmeras vitórias somadas esta época, de três etapas na Volta a França à Gent-Wevelgem e à Amstel Gold Race, contra Van Der Poel, o seu eterno e grande rival, que no Tour homenageou o avô, Raymond Poulidor, ao vencer uma etapa e vestir de amarelo.

Antes, o holandês já tinha vencido a Strade Bianche e um pouco por todo o lado, antes de ‘virar’ atenções para o ciclocrosse, vertente do ciclismo de onde vem a rivalidade com Van Aert e na qual esperava conquistar o ouro em Tóquio2020.

Alaphilippe, por seu lado, não deixou os créditos por mãos alheias mesmo numa época menos destacada, já que venceu a Fléche Wallonne e uma etapa no Tour, a primeira, vestindo também de amarelo.

Os 268,3 quilómetros entre Antuérpia e Lovaina, repletos de ‘sobe e desce’, não assentarão tanto às características da seleção portuguesa, liderada aqui pelo jovem talento João Almeida, acompanhado de Ruben Guerreiro, André Carvalho, Rafael Reis, Nelson Oliveira e Rui Oliveira, este um assumido apaixonado pelas clássicas da Flandres.

De fora do trio de favoritos, há muitos nomes de elite que podem lutar pelas medalhas, desde o também belga Remco Evenepoel, que pode ser chave nas hipóteses de Van Aert ou atacar de longe, ao esloveno Primoz Roglic, um ‘canibal’ de vitórias, e o seu compatriota Tadej Pogacar, vencedor das duas últimas ‘Grande Boucle’ e da Liège-Bastogne-Liège deste ano.

O italiano Sonny Colbrelli, recente campeão europeu e na forma de uma vida, não pode ser descartado, e daria à Itália uma dobradinha na elite masculina, depois do triunfo de Filippo Ganna no ‘crono’, tal como acontece com o antigo tricampeão mundial Peter Sagan (Eslováquia) ou o britânico Tom Pidcock.

Também o dinamarquês Kasper Asgreen, que venceu a Volta a Flandres este ano, é um nome a ter em conta, ao lado de outros antigos campeões do mundo, do polaco Michael Kwiatkowski a outra ‘arma’ dinamarquesa, Mads Pedersen.

À espera do pelotão estará um total de 2.562 metros de subida acumulada, com um confuso aglomerado de circuitos: primeiro, o circuito de Lovaina, depois um outro de Antuérpia, quatro outras passagens no de Lovaina, outro no de Antuérpia, antes de duas passagens e meia no que leva até à meta.

Na corrida feminina, no sábado, o pelotão enfrenta 157,7 quilómetros e, como nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 ou nos Europeus, a seleção dos Países Baixos volta a ser a mais ‘marcada’.

A campeã mundial do contrarrelógio Ellen Dijk tem aqui uma oportunidade de ouro para se coroar nas duas especialidades em apenas uma semana, mas há Anna van der Breggen, que se retira no final de 2021, ou Annemiek van Vleuten, só nas fileiras holandesas.

As belgas também terão uma palavra a dizer, com Lotte Kopecky, a Grã-Bretanha aposta na campeã de 2015 Lizzie Deignan e Itália traz Elisa Longo Borghini, com Portugal a levar as ainda jovens Maria Martins, campeã nacional e já atleta olímpica, e Daniela Campos.
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