Covid-19. Cavaleira Luciana Diniz assume "alívio" pelo adiamento de Tóquio2020

por Lusa
Comité Olímpico de Portugal

A cavaleira Luciana Diniz assumiu esta terça-feira o “alívio” pelo facto da Comité Olímpico Internacional ter adiado Tóquio2020 um ano, reconhecendo que isso até a vai beneficiar na relação com o seu cavalo Vertigo du Desert.

“Para todos nós foi um certo alívio ter passado para o ano que vem. Acho que foi a melhor decisão que podiam ter feito. Nós, os desportistas, não íamos ter cabeça livre para o nosso desporto. Emocionalmente o mundo está abalado”, vincou, em declarações à Lusa.

A confirmação do adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 surgiu hoje, após a pressão de vários organismos e instituições, através de um comunicado conjunto do Comité Olímpico Internacional (COI) e do Comité Organizador dos Jogos.

A decisão do adiamento, de acordo com o COI e o Comité Organizador foi tomada “para salvaguardar a saúde dos atletas, de toda a gente envolvida nos Jogos Olímpicos e de comunidade internacional.

A cavaleira luso-brasileira admite que esta alteração lhe vai ser benéfica, pois terá mais um ano para ganhar harmonia com o Vertigo du Desert, cavalo com 11 anos e com o qual trabalha há somente um ano.

“Para o meu cavalo é muito bom, pois é mais jovem. Vou prepará-lo para ficar perfeito para o ano que vem. Há vários desafios neste caminho, mas para mim foi até bom”, admite.

Fit for Fun, com o qual foi nona na prova de obstáculos no Rio2016, é que dificilmente repetirá as olimpíadas, já que para o ano terá 17 anos: por este motivo espera que a federação internacional permita aos competidores a troca de cavalos, caso seja necessário.

“Com 17 anos, já não tem chances. Competirei com o Vertigo e, se a federação permitir, com um cavalo novo que apareça na minha vida. O Vertigo está feliz da vida. O importante agora é a estratégia, sendo que é muito bom ele ganhar um ano. Fit for fun competiu no Rio2016 com 12 anos e foi perfeita. O Vertigo vai estar melhor ainda. É como o vinho”, comparou.

Agora, a cavaleira, que vive na Alemanha, vai reajustar a época desportiva, uma vez que tinha previsto fazer menos provas para se poupar para os Jogos Olímpicos.

A atleta, que em Atenas2004 representou o Brasil antes de passar a competir por Portugal, assumiu ainda que “a economia deste desporto vai ter muitas mudanças, bem como do mundo inteiro, que vai entrar em crise grande”.

No seu comunicado, o COI explicou hoje que “nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde, o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma dar posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

Em Portugal, há 33 mortos e 2.362 infetados confirmados. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de quinta-feira e até às 23h59 de 2 de abril.
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