Os campeões não se medem apenas aos "chutos" numa bola. Mas entre as várias modalidades muitos foram os portugueses, e não só, que se destacaram durante o ano de 2017.
A Bola de Ouro atribuída pela quinta vez a Cristiano Ronaldo culminou mais um ano de êxitos individuais do futebolista português, galardoado ainda com o 'The Best', prémio da FIFA que também distingue o melhor jogador do mundo anualmente.
O sucesso individual de Ronaldo é indissociável dos êxitos do Real Madrid, que em 2017 ganhou a Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva -- com 12 golos do avançado português -, foi campeão espanhol, ganhou a Supertaça europeia e a Supertaça de Espanha, podendo ainda repetir a conquista do Mundial de clubes.
Na seleção portuguesa, terceira classificada na Taça Confederações, Ronaldo esteve particularmente ativo na qualificação para o Mundial2018, contribuindo com 15 golos para a campanha bem-sucedida da equipa nacional.
Portugal estreia-se no Europeu e afirma-se no futebol feminino
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A evolução do futebol feminino em Portugal teve o seu ponto alto em 2017, com a qualificação para o Campeonato Europeu e a presença inédita numa grande competição, na qual a seleção esteve perto de chegar à segunda fase.
Uma derrota com a Espanha (2-0), uma vitória sobre a Escócia (2-1) e novo desaire com a Inglaterra (2-1) foram o saldo da participação de Portugal, que ficou a um golo de se qualificar para os quartos de final.
Benfica tetracampeão pela primeira vez
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O Benfica já era o clube com mais títulos de campeão nacional de futebol, mas nunca tinha conquistado quatro consecutivos, um 'tetra' que chegou em 2017 e que deixou de ser exclusivo de Sporting e FC Porto.
Sob comando de Rui Vitória, o técnico que chegou para substituir Jorge Jesus, que se tinha mudado para o rival Sporting depois de conquistar dois campeonatos seguidos com os 'encarnados', o Benfica encadeou mais um par de títulos e chegou a um total de 36.
Os 'encarnados' juntaram ao campeonato o triunfo na Taça de Portugal e na Supertaça Cândido Oliveira, em ambos os casos frente ao Vitória de Guimarães, deixando apenas escapar a Taça da Liga, para o Moreirense.
Fernando Pimenta recupera de desilusão olímpica com medalhas em Europeus e Mundiais
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Fernando Pimenta sagrou-se, em 2017, campeão europeu de K1 1.000 metros, prova olímpica na qual também venceu a medalha de prata nos Mundiais.
Um ano após o quinto lugar em K1 1.000 nos Jogos Olímpicos Rio2016, numa prova que liderou, o canoísta de Ponte de Lima conquistou ainda o ouro no Mundial e a prata no Europeu nos 5.000 metros, uma distância não olímpica.
Pioneira Inês Henriques sagra-se campeã mundial dos 50 km marcha
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Inês Henriques sagrou-se campeã mundial dos 50 quilómetros marcha, uma prova que durante muitos anos foi apenas reservada ao setor masculino, conseguindo ainda melhorar o seu recorde mundial de 4:05.56 horas em Londres.
Em janeiro, a marchadora riomaiorense tinha fixado a melhor marca mundial em 4:08.25 horas, em Porto de Mós, nos campeonatos nacionais.
Nelson Évora volta aos pódios nos Europeus e nos Mundiais
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Nelson Évora voltou a subir ao pódio de uma grande competição internacional ao ar livre, ao ser terceiro no triplo salto dos Mundiais de Londres, apenas atrás dos norte-americanos Christian Taylor e Will Claye.
O atleta do Sporting já tinha conquistado outra medalha em 2017, ao ser campeão europeu de pista coberta em Belgrado, onde Patrícia Mamona foi vice-campeã no triplo salto.
Rafael Nadal e Roger Federer 'reataram' a rivalidade mais emblemática do ténis
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Aos 36 anos, o suíço Federer bateu recordes de longevidade e fixou em 19 o número de 'majors' conquistados, graças ao triunfo no Open da Austrália e em Wimbledon, onde conseguiu um inédito oitavo título.
O espanhol Nadal, de 31 anos, respondeu-lhe com um novo recorde em Roland Garros (e já lá vão dez troféus), a vitória no Open dos Estados Unidos e o estatuto de mais velho número um mundial de sempre no final da temporada.
Dobradinha de Froome no Tour e na Vuelta manchada pela suspeita do 'doping'
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No ciclismo, mais do que o feito do eslovaco Peter Sagan, primeiro corredor a sagrar-se campeão do mundo três vezes consecutivas, destaca-se o ano memorável de Chris Froome, que terminou manchado por um controlo antidoping positivo.
Depois de vestir a amarela final do Tour pela quarta vez, o britânico rumou à Vuelta para se tornar o primeiro, desde o francês Bernard Hinault, em 1978, a alcançar a 'dobradinha' naquelas duas grandes voltas.
Face à confirmação, nos últimos dias, do controlo positivo por salbutamol, Froome tem agora de justificar os valores desta substância para tratamento da asma detetados na análise à urina, precisamente o dobro do permitido.
Hamilton igualou quatro títulos de Prost e Vettel na Fórmula 1
Foto: Ahmed Jadallah - Reuters
O britânico Lewis Hamilton igualou os quatro títulos do francês Alain Prost e do alemão Sebastian Vettel na Fórmula 1, ficando atrás apenas do alemão Michael Schumacher (sete) e do argentino Juan Manuel Fangio (cinco).
Saída de cena de Usain Bolt
Foto: Phil Noble - Reuters
Nas pistas de atletismo, a carreira de Usain Bolt teve o pior final possível, com o jamaicano a lesionar-se no último percurso da estafeta de 4x4100 metros dos Mundiais.
Em Londres, Bolt não foi além da medalha de bronze nos 100 metros, atrás dos norte-americanos Justin Gatlin e Christian Coleman.
Para a história do homem mais rápido da história ficam 11 títulos mundiais e oito ouros olímpicos.