Telma Monteiro e outros olímpicos acusam de opressão presidente da Federação de Judo
Foto: Tiago Petinga - Lusa
Vários atletas olímpicos descrevem um clima de opressão imposto pela Federação Portuguesa de Judo. Judocas como Telma Monteiro, Bárbara Timo e Rochele Nunes assinam uma carta a pedir a intervenção da tutela do Desporto. O documento contém duras críticas ao presidente da Federação, que é acusado de ameaças e discriminação.
Os judocas lamentam que Jorge Fernandes continue a insistir na obrigatoriedade da presença em Coimbra em 70/80 por cento dos 52 estágios num ano, ameaçando com a exclusão da equipa, caso os atletas falhem esse pressuposto.
"Aquilo que foi uma boa solução durante o período em que a pandemia causada pela covid-19 impôs a criação de uma bolha de treino, em Coimbra, que nos permitiu estar nos Jogos em segurança, é hoje um dos fatores em que discordamos profundamente da estratégia imposta pela FPJ", dizem.
Um cenário que, explicam, os impede de participar em estágios internacionais e treinarem com os melhores do mundo, além de o fazerem num local que dizem não ter condições: "por vezes, estão apenas oito atletas presentes para treinar, e durante o inverno chegar a estar sete graus dentro do pavilhão".
No comunicado, os judocas revelam que Anri Egutidze, de origem georgiana, foi impedido por Jorge Fernandes, de falar a língua materna, e ficou fora de uma competição por "represália" a uma ausência de estágio e não, como se justificou, por questões de saúde.
As queixas de judocas olímpicos são tornadas públicas a menos de dois anos dos Jogos de Paris, em 2024.