Tóquio2020. Portugal com 13 atletas já qualificados

por Mário Aleixo - RTP
A tocha olímpica foi feita a partir de alumínio reciclado Reuters

A um ano do início dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 são já 13 os portugueses com mínimos ou quotas asseguradas, mas ainda quase tudo está por decidir nos apuramentos.

Apenas depois de 29 de junho de 2020, quando encerra o período para obtenção de mínimos para o atletismo, ficará fechada a Missão portuguesa a Tóquio, depois de, no Rio2016, terem sido 92 os atletas presentes, inflacionados pelos 18 jogadores da equipa de futebol.

Tal como para o Rio de Janeiro, os velejadores Jorge Lima e José Luís Costa foram os primeiros a assegurar uma presença portuguesa nos Jogos, ao garantirem uma quota - não obrigatoriamente ocupada por esta dupla - em 49er, durante o Mundial de Classes Olímpicas em Aarhus, Dinamarca.

No atletismo, são já cinco os atletas com mínimos, com destaque para João Vieira, que, aos 43 anos, tem marca de qualificação nos 50 km marcha e deverá estar pela sexta vez em Jogos, tornando-se o segundo luso com mais presenças, a uma do velejador João Rodrigues.

Pedro Pichardo, recentemente naturalizado, tem marca no triplo salto, assim como Patrícia Mamona e Evelise Veiga, com Carla Salomé Rocha a ter mínimo na maratona.

Também a natação já tem cinco nadadores com mínimos, com Alexis Santos, semifinalista no Rio2016, Gabriel Lopes nos 200 metros estilos, Tamila Holub e Diana Durães nos 1.500 livres, e Ana Catarina Monteiro nos 200 mariposa.

Fu Yu também vai repetir a presença no torneio feminino de ténis de mesa, depois de ter assegurado a qualificação com a presença na final dos Jogos Europeus.

A canoagem, que conseguiu os melhores resultados há três anos, terá o seu primeiro grande momento de qualificação nos Mundiais, de 21 a 25 de agosto, em Szeged, na Hungria.

No judo, em que o "ranking" de 25 de maio qualifica para os Jogos, são nove os atletas portugueses que estão, neste momento, em posição de qualificação, com destaque para Catarina Costa, sétima nos -48 kg, e Jorge Fonseca, 10.º nos -100 kg.

Telma Monteiro, que conquistou a única medalha para Portugal no Rio de Janeiro, com o bronze nos -57 kg, está neste momento fora da qualificação direta, embora ocupe uma vaga de apuramento pela quota continental.

João Sousa, que na segunda-feira subiu ao 49.º da hierarquia mundial de ténis, está em zona de qualificação para o torneio individual, reservado para os 56 primeiros.

Quinto no Rio2016, João Pereira está neste momento dentro da zona de qualificação no "ranking", tal como Ricardo Santos no golfe, podendo imitar as presenças de Ricardo Melo Gouveia e Filipe Lima no Rio2016, que marcou o regresso da modalidade aos Jogos.

No surf, uma das modalidades que se estreiam em Jogos em Tóquio, Frederico Morais está neste momento fora dos 10 apurados do circuito mundial, apenas por um lugar.

Outra das modalidades em estreia, o karaté, também poderá ter representantes portugueses, com Patrícia Esparteiro a poder ainda beneficiar da medalha de bronze conquistada em kata nos Jogos Europeus, em Minsk.
Portugal aponta para 70 a 80 atletas qualificados

O chefe da Missão portuguesa, Marco Alves, aponta, em entrevista à agência Lusa, para um número de 70 a 80 atletas apurados para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, a um ano do início do evento.



"Temos uma previsão entre os 70 e 80 atletas. A comparação com o Rio é realizável. No Rio tivemos 92 atletas, com os 18 do futebol. Em Londres também tivemos 77. A nossa previsão aponta muito para uma realidade que foi observada em Londres e que também seria observada no Rio, se o futebol não se tivesse qualificado", disse.

Neste momento, o Comité Olímpico de Portugal (COP) apoia 114 atletas, com Marco Alves a adiantar que no projeto de preparação olímpico "criou-se um nível de apoio à qualificação que pretende dar condições àqueles atletas que, estando perto, possam confirmar a qualificação para os Jogos".
Marco Alves acredita que tudo estará pronto a tempo
O chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Tóquio2020 acredita que todas as infraestruturas vão estar prontas a tempo do início dos Jogos, que se realizam de 24 de julho a 9 de agosto de 2020.



Depois de ter integrado as duas últimas missões de Portugal, a Londres2012 e Rio2016, Marco Alves disse acreditar que o evento "vai ser diferente" do que aconteceu há quatro anos, até pela cultura nipónica.

"A experiência diz-nos que as coisas vão estar preparadas com algum tempo de antecedência e vão ser testadas de uma forma diferente da que foram no Rio. Ainda que a diferença horária, a diferença cultural, o clima, a humidade sejam desafios, da parte do comité organizador estamos em crer que temos mais alguma segurança do que tivemos nos Jogos anteriores", assumiu.
Chefe de Missão surpreendido com nomeação
O chefe da Missão portuguesa aos Jogos Olímpicos Tóquio2020, Marco Alves, admitiu ter recebido com alguma surpresa a nomeação para o cargo, que assumiu com grande orgulho.

"É sem dúvida uma surpresa e um orgulho a comissão executiva ter escolhido a prata da casa para organizar esta missão, tanto a chefia, como a adjunta, que é a minha colega Catarina Monteiro. É sem dúvida um reconhecimento pelo trabalho que tem sido feito até então. A possibilidade de poder estar em Tóquio é sem dúvida um orgulho", referiu.



Depois de ter estado na comitiva em Londres2012 e no Rio2016 e ter sido chefe de missão, entre outros, aos Jogos Europeus, Marco Alves assume que chefiar a comitiva aos Jogos Olímpicos "é uma responsabilidade maior".
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