Treinador de Novak Djokovic "chocado" com "decisão injusta" da Austrália

por Lusa
EPA

O eslovaco Marián Vajda, um dos treinadores de Novak Djokovic, afirmou hoje que ficou “chocado’ com a “decisão injusta” de impedir o tenista sérvio que participar no Open da Austrália, devido a não estar vacinado contra a covid-19.

“Fiquei chocado. Foi um processo político. Foi uma decisão injusta e que certamente terá consequências significativas, porque também foi uma invasão da sua vida privada e da sua família”, afirmou Vajda, numa entrevista ao site eslovaco de notícias ‘Sport.sk’.

Djokovic foi primeiro impedido de entrar na Austrália e depois acabou mesmo por ser deportado do território por não estar vacinado contra a covid-19, ficando assim impossibilitado de competir no primeiro ‘Grand Slam’ da temporada.

"É claro que toda esta situação o afetou mentalmente, mas o Novak é forte, inquebrável e vai regressar em força”, disse o treinador do número um do ‘ranking’ mundial.

Vajda, que é um dos treinadores de Djokovic, juntamente com o croata Goran Ivanisevic, criticou ainda o facto de ter sido anunciado que será necessário estar vacinado para jogar Roland Garros e Wimbledon, os próximos dois torneio do ‘Grand Slam’.

“Não entendo porque é importante fazer este anúncio sobre torneios que se disputam em maio [Roland Garros], quando o mundo não sabe o que acontecerá com a pandemia [de covid-19] no mês que vem”, sustentou.

Alegando não querer “subestimar a situação” da pandemia, que taxou de “muito séria”, Vajda questionou a necessidade de o tema da obrigatoriedade da vacinação para os tenistas que queiram participar nos próximos ‘majors’ ser colocada agora.

“Isto ainda é desporto?”, interrogou.

Djokovic, de 34 anos, foi deportado no domingo da Austrália, na sequência de uma decisão judicial que confirmou o cancelamento do visto de entrada do tenista sérvio no país, ficando impedido de defender o título em Melbourne, numa prova que começou na segunda-feira.

O número um mundial tinha recorrido à justiça australiana, mas três juízes do Tribunal Federal confirmaram uma decisão tomada na sexta-feira passada pelo ministro da Imigração, de cancelar o visto do sérvio, que não está vacinado contra a covid-19, alegando motivos de interesse público.

Uma ordem de deportação inclui também, geralmente, uma proibição de três anos de entrar no país.

O ministro cancelou o visto alegando que a presença de Djokovic no país pode constituir um risco para a saúde e "ser contraproducente para os esforços de vacinação de outros na Austrália".

Djokovic chegou a Melbourne em 05 de janeiro, com uma isenção médica que lhe permitiria jogar no Open da Austrália sem estar vacinado contra a covid-19, por alegadamente ter estado infetado, mas o visto foi, inicialmente, cancelado pelas autoridades alfandegárias.

O sérvio, vencedor por nove vezes do ‘major’ australiano (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021), ficou detido até uma decisão judicial ordenar a sua libertação, mas o governo australiano voltou a cancelar o visto.

Djokovic, que pretendia atingir o recorde de 21 títulos em torneios de ‘Grand Slam’, caso ganhasse o Open da Austrália, admitiu também ter prestado falsas declarações à entrada na Austrália.
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