Acidente de helicóptero. Protocolo de socorro não terá sido cumprido

por RTP
Lusa

Em caso de acidente, segundo um protocolo de 2013, a Força Aérea devia ter sido contactada em primeiro lugar. O que não terá acontecido no caso do helicóptero do INEM que caiu este sábado à noite.

A diretiva é clara e não deixa dúvidas.  Existem duas entidades responsáveis por monitorizar o espaço aéreo português.

Tanto a NAV - a empresa que gere a Navegação Aérea de Portugal - como a Força Aérea, têm por lei o dever de "assegurar permanentemente a monitorização daquele espaço assim como detetar (...), situações associadas a eventuais acidentes com aeronaves".

A diretiva operacional de maio de 2013 refere que em caso de acidente, além destes dois organismos, é importante considerar outras possíveis fontes de alerta, nomeadamente, populares que ligam para o 112, bombeiros, forças de segurança e estruturas distritais da Proteção Civil. 

Independentemente da fonte do alerta, o passo seguinte é contactar o centro de buscas e salvamento da Força Aérea. 

No caso do helicópetro do INEM, a fonte do alerta foi a NAV, que, a partir do momento em que suspeita de um possível acidente, deveria ter contactado o centro de buscas.

No entanto, a NAV garante que contactou a partir das 19h20 o Aeródromo de Baltar, os telemóveis da tripulação, o Heliporto de Macedo, a PSP de Valongo e os Comandos Distritais de Operações de Socorro do Porto, Braga e Vila Real, que "não atenderam".

Só vinte minutos depois é que a NAV decidiu contactar a Força Aérea. Desde que helicóptero desapareceu dos radares até que a Força Aérea fosse envolvida na operação passaram 45 minutos.

Depois de alertada, a Força Aérea ativou os meios disponiveis e desencadeou os procedimentos com vista à localização da aeronave.

De acordo com o protocolo, em função da avaliação feita, a Força Aérea deve ligar à Autoridade Nacional de Proteção Civil. Esta entidade é envolvida só no momento do socorro. É aí que é montado o Teatro de Operações.

O Ministério Público já abriu um inquérito ao acidente que vitimou quatro pessoas.
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