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Administração que gere Teatro Nacional de São Carlos vai ser substituída

por Antena 1

Foto: Lusa

O Ministério da Cultura vai substituir o presidente do Organismo de Produção Artística (OPART) que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. Depois de anunciada a continuação da greve, o Governo diz que “não pode aceitar” reivindicações salariais dos trabalhadores do OPART.

O novo conselho de administração do OPART vai ser anunciado nos próximos dias, mas o Governo adianta que “não pode aceitar” os aumentos salariais reivindicados pelos trabalhadores.

A resposta do Ministério da Cultura surge na sequência da decisão dos trabalhadores, na sexta-feira passada, de manter a greve anunciada para os meses de junho e julho.

"O Governo não pode aceitar uma solução de aumentos salariais superiores a 10%, reivindicada pelo Sindicato para alguns trabalhadores", responde o Ministério da Cultura, numa nota enviada é imprensa

André Albuquerque, do Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, dos Músicos e do Audiovisual, diz que esta administração não estava a contribuir para a situação entre os trabalhadores e a tutela ficar resolvida. Para o sindicalista, o importante é resolver a questão salarial pendente.

“Queremos discutir o que está para discutir em cima da mesa, neste momento. Portanto, a questão salarial e a questão do regulamento interno”, diz André Albuquerque.

Os trabalhadores do OPART voltam a reunir na próxima quarta-feira, na véspera de mais um dia de greve, para "decidirem novas formas de luta".

No entanto, o Governo afirma que “aumentar em 10 por cento o salário de alguns trabalhadores seria uma injustiça para todos os restantes trabalhadores do OPART” e, além disso, “seria, também, uma injustiça para todos os trabalhadores do Estado, pois em nenhum setor os trabalhadores tiveram aumentos salariais de 10 por cento”.

Apesar de ainda não ter sido possível chegar a um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE), "o Governo mantém-se empenhado no desenvolvimento de soluções para a resolução dos diversos problemas identificados" e está "aberto ao diálogo".

Para o provar, a tutela menciona "o reforço orçamental, no valor de três milhões de euros, para a realização das obras no Teatro Nacional São Carlos, e a identificação de um espaço de ensaio para a Orquestra".

Para o Governo, a deliberação aprovada em 2017 pelo atual Conselho de Administração do OPART, presidido por Carlos Vargas, "que criou uma desarmonização salarial entre alguns trabalhadores", não tem fundamento legal.

Ora, vinca a tutela, tal deliberação "carece de fundamento legal", pois o Conselho de Administração "não tinha autonomia" para a aprovar.

Já o CENA-STE mantém a reivindicação de aumentos salariais superiores a 10% para alguns trabalhadores.

No dia 7, os trabalhadores do Teatro Nacional São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado iniciaram uma série de greves, que serão mantidas até haver garantias da parte do Ministério das Finanças em relação às suas reivindicações.

As greves levaram ao cancelamento de três récitas da ópera "La Bohème", no Teatro Nacional São Carlos.

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