Aeroporto de Lisboa regressa aos poucos à normalidade

por RTP
Milhares de passageiros afetados pelos problemas no aeroporto de Lisboa Reuters

O problema no sistema de bombagem de combustíveis no aeroporto de Lisboa ficou resolvido esta madrugada mas a situação com os voos em atraso ainda vai demorar a regularizar. Sessenta e quatro voos foram cancelados, 11 foram desviados e mais de 300 sofreram atrasos.

Os problemas com o abastecimento de aeronaves no aeroporto de Lisboa, de acordo com a ANA - Aeroportos de Portugal, ficou resolvido já depois da meia-noite. Excecionalmente, a Autoridade Nacional da Aviação Civil autorizou voos noturnos para tentar resolver parte dos problemas criados ao longo do dia, com vários voos cancelados.

Uma situação que levou mesmo a Proteção Civil a disponibilizar camas para o aeroporto de forma a acomodar passageiros que tiveram que passar a noite no local por não terem sido acomodados pelas suas companhias aéreas, por quererem permanecer no local ou porque iam viajar nas horas seguintes.

Em conferência de imprensa na quarta-feira, o diretor do aeroporto, João Nunes, afirmou que os problemas com o abastecimento começaram pelas 12:00 de quarta-feira, tendo a empresa avançado que a situação deveria estar resolvida pelas 21:00. Só foi resolvida já de madrugada.

"Uma situação que aconteceu pela primeira vez", disse este responsável. O abastecimento começou a ser feito com recurso a autotanques, o que permitiu a partida de alguns voos, mas não garantiu o normal funcionamento da operação.

Milhares de pessoas ficaram retidas na zona de embarque do Terminal 1 do Aeroporto de Lisboa, à espera de informações sobre o atraso ou eventual cancelamento de voos, com os passageiros a descreverem um "cenário caótico". 


O sistema de abastecimento de combustível ao Aeroporto de Lisboa é da responsabilidade do GOC [Grupo Operacional de Combustíveis, liderado pela Petrogal e que reúne as principais petrolíferas].

A avaria que bloqueou o abastecimento das aeronaves no Aeroporto de Lisboa afetou, além do sistema de alimentação principal, também o redundante, devido a uma entrada de ar que fez desferrar o circuito, segundo fonte aeroportuária.

O diretor do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, João Nunes, explicou que a avaria deu-se quando, "por um motivo de operação, num dos três tanques de abastecimento de combustível, houve uma situação que aconteceu pela primeira vez, que foi 'desferrar'", devido ao facto de ter começado a entrar ar.

Por questões de segurança e precaução, existe um circuito redundante de abastecimento, mas, segundo o mesmo responsável, "infelizmente, o que aconteceu não afetou só o sistema de alimentação principal, também no sistema redundante entrou ar", criando dificuldades em resolver o problema e obrigando ao recurso a camiões autotanques.

"Deparámo-nos com uma incapacidade de abastecimento de combustível. O abastecimento de combustível às aeronaves é feito fundamentalmente por hidrantes. São sistemas que levam o combustível até às várias posições de estacionamento dos aviões. Nessas posições de estacionamento há umas viaturas que acabam por fazer 'o bombeiro' para cada uma das aeronaves (...) . Nós temos um sistema sofisticado", garantiu.

C/ Lusa
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