Agência para Prevenção do Trauma avalia dados sobre violência escolar em Coimbra

por Lusa

Coimbra, 28 abr (Lusa) - A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) disse hoje que até ao final do ano letivo haverá dados sobre a violência escolar no concelho.

Segundo o psiquiatra João Redondo, coordenador executivo da estrutura, foi realizado um estudo que incluiu alunos do ensino básico e secundário, de duas turmas de nove escolas públicas e privadas, que vai aferir o "grau de desregulação emocional e comportamental".

"Esta é a área em que estamos mais avançados. Nesta fase, estamos a proceder à análise dos resultados do estudo, que foi realizado por uma equipa multidisciplinar e multissetorial", disse o psiquiatra à agência Lusa, após o encerramento do segundo encontro sobre "Trauma, medo e violência. Direitos Humanos, hoje!", que decorreu no auditório da Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.

A Agência para a Prevenção do Trauma e da Violação dos Direitos Humanos do CHUC, criada em 2014, constituiu ainda grupos de trabalho para analisar a violência no namoro, com idosos, em contexto de serviços de saúde e em centros de privação da liberdade, com o objetivo, em todas as áreas trabalhadas, de propor medidas preventivas.

João Redondo disse ainda à Lusa que estão criados os instrumentos para se avançar com o estudo da violência no namoro e com os idosos.

Neste momento, adiantou, a agência já está a trabalhar em projetos apoiados pela União Europeia para a prevenção da radicalização e formação dos profissionais e técnicos que trabalham com refugiados.

Está ainda a ser preparado um curso de pós-graduação em violência, em colaboração com várias faculdades da Universidade de Coimbra, para proporcionar formação aos profissionais e cidadãos que se queiram envolver nestas áreas.

"Desde o final da década de 1990 que a violência nos preocupa e, por isso, quisemos criar uma rede de suporte para as pessoas mais vulneráveis", que abrange um conjunto de saberes multissetorial de diversas entidades, referiu João Redondo.

Segundo o presidente do conselho de administração do CHUC, José Martins Nunes, a agência surgiu "porque se percebeu que era possível gerar conhecimento nestas áreas e aplicá-lo, num mundo que está em mudança, em que tudo é diferente".

"É uma agência que vai responder a grandes desafios da sociedade, em que o CHUC rompe com a sua fronteira de influência e da ciência", sublinhou.

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